Cooperativismo
Frente Parlamentar do Cooperativismo discute desafios e oportunidades para o setor
A reunião evidenciou a importância do cooperativismo como um agente de desenvolvimento econômico e social
Na quarta-feira (27/09), o Sistema OCB promoveu a reunião com a diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) para tratar de pontos relevantes de pleitos prioritários no Congresso Nacional para os próximos meses, como a Reforma Tributária e o projeto que inclui as cooperativas no rol de operadores do mercado de seguros. A reunião evidenciou a importância do cooperativismo como um agente de desenvolvimento econômico e social, além da necessidade de superar desafios legislativos para fortalecer o setor.
O presidente Márcio Lopes de Freitas iniciou a reunião agradecendo a presença dos participantes e destacou a importância do encontro para discutir e somar aos temas que são primordiais para o cooperativismo. “É bom poder evoluir discussões que colaboram com o nosso movimento. Quero reconhecer e agradecer o trabalho dos parlamentares pela articulação e avanço das propostas na Reforma Tributária em nome de todas as cooperativas brasileiras”, disse.
O presidente também destacou a atuação das cooperativas no mercado de seguros como uma das mais forte do mundo, com grandes ativos na Europa, onde é mais tradicional e possui boa credibilidade. No Brasil, no entanto, ele lembrou que existem barreiras legais que impedem o pleno desenvolvimento do segmento. “O sucesso do cooperativismo de seguro em todo o mundo é impressionante. No Brasil existem barreiras que limitam o potencial desse ramo. Precisamos trabalhar para superar esses obstáculos e permitir que mais opções e benefícios existam nesse sentido”, alegou.
Sobre a Reforma Tributária, o presidente reafirmou as ações conjuntas do Sistema OCB e da Frencoop para garantir o devido reconhecimento do adequado tratamento tributário às cooperativas no texto aprovado na Câmara dos Deputados. Ele também destacou a importância da união dos parlamentares e da articulação do movimento cooperativista para que o dispositivo seja mantido pelo Senado. “Precisamos continuar nossa mobilização”, afirmou.
O deputado Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frencoop, reforçou a importância da Frente Parlamentar para promover um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento do setor. “Precisamos continuar com nossa forma de trabalho em colaboração para fortalecer o cooperativismo no Brasil. Nossa missão é garantir a continuidade dos benefícios que esse modelo de negócios traz para a vida dos brasileiros e a economia do Brasil”, declarou.
O piso nacional da enfermagem, tema que tem levantado questionamentos por parte das cooperativas de saúde, também foi abordado por Jardim. Ele prometeu ajudar o Sistema OCB na interlocução junto ao Ministério da Saúde, em nome da Frencoop, na tentativa de auxiliar as cooperativas que prestam serviços ao setor público nas esferas federal, estadual e municipal.
Os deputados Alceu Moreira (RS), Domingos Sávio (MG), Dilceu Sperafico (RS), Evair de Melo (ES), Geovânia de Sá (SC), Marussa Boldrin, Valdir Cobalchini (SC) e Zé Silva (MG) também participaram da reunião.
Formação de dirigentes de cooperativas é responsável por sucesso do setor
A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) relançou, nesta quinta-feira (28/9/23), a Frente Parlamentar do Cooperativismo, como parte dos eventos de comemoração do mês dedicado a esse setor.
O evento se deu em audiência pública requerida pelo 1º-secretário da ALMG, deputado Antonio Carlos Arantes (PL), que debateu o papel exercido pelo cooperativismo no desenvolvimento das cooperativas, dos cooperados e da economia mineira.
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Scucato, comemorou o resultado positivo obtido pelas 781 cooperativas que a entidade representa. E creditou o sucesso ao trabalho constante de treinamento e formação de dirigentes das unidades no Estado.
“Além do trabalho pedagógico interno na Ocemg, temos parceiras como a Fundação Dom Cabral. Desta, os gestores seguem para cursos em universidades em todo o mundo”, destacou. Ele lembrou de formações em universidades em Portugal, Suíça, Dinamarca, Reino Unido, entre outras.
O executivo destacou um dos setores mais representativos do cooperativismo no Estado, o do agronegócio, e pediu “mais respeito” ao segmento. Lembrou de viagem a Bélgica em que o representante da Comunidade Europeia disse ser muito difícil reverter a imagem negativa do agro na Europa. “Por causa de um caso de vaca louca no Pará, disseram que toda nossa carne estava contaminada”, reclamou.
Por fim, criticou o fato de o agronegócio, que tanto contribui para o PIB brasileiro, ter uma participação menor na repartição da riqueza. Baseado em estudo da recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Scucato lamentou que o setor primário da economia só receba 11% da riqueza. Enquanto isso, 22% ficam no setor terciário e 67%, no secundário.
Por sua vez, Alexandre Gatti, superintendente do Sistema Ocemg, apresentou dados do cooperativismo mineiro. São cerca de 2,8 milhões de cooperados associados a 781 cooperativas, que empregam 54 mil pessoas, gerando exportações de mais de US$ 1,5 bilhão (no Brasil, o total é de US$ 7 bilhões).
Em 2022, as cooperativas do Estado movimentaram R$ 118 bilhões, gerando R$ 3 bilhões em tributos, o que corresponde a 12,8% do PIB mineiro. Com relação ao PIB do agro, as cooperativas respondem por 21,9%. Cerca de 57% da produção do café em Minas provém do segmento, que contribui ainda com quase 20% da produção de leite.
Maria Eneila Loiola, diretora de Promoção aos Pequenos Negócios e Empreendedorismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), afirmou que, atualmente, o cooperativismo está distribuído nos seguintes ramos: agropecuário; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; transporte; e consumo. Entre as ações da Sede para o segmento, ela citou uma campanha realizada para levar o microcrédito ao setor de turismo, muito prejudicado pela pandemia de covid-19.
Também lembrou do trabalho com cooperativas do setor mineral. Depois de formar grupo de trabalho com universidades, órgãos federais e estaduais e outras entidades, obteve-se um diagnóstico do ramo. Com ele em mãos, a Sede e a Ocemg puderam direcionar de forma mais assertiva sua atuação junto às cooperativas do setor mineral.
Já Caio Coimbra, subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), defendeu a atuação da pasta em prol das pequenas cooperativas: “Temos tentado ajudá-las, oferecendo capacitação e acesso ao crédito, para que elas se estruturem e cresçam”.