Cooperativismo
Dia de Campo promove cultura do algodão no Agreste de Alagoas
O evento reuniu produtores da região, representantes de cooperativas, representantes da indústria, instituições financeiras e entidades
A Cooperativa Agro Pecuária e Industrial de Arapiraca (Capial),em parceria com a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes-AL), realizou, na última sexta-feira (10), um dia de campo, no município de Craíbas, voltado para a promoção da cultura do algodão no Agreste de Alagoas.
O evento reuniu produtores da região, representantes de cooperativas, representantes da indústria, instituições financeiras e entidades que trabalham no setor da agropecuária.
Todos os atores envolvidos encontraram-se na propriedade do agricultor Cláudio Francisco, morador da zona rural de Craíbas há 50 anos. Ele conta que na sua infância e adolescência, costumava-se plantar algodão naquelas terras, mas com o declínio da cultura, somente agora, muitos anos depois, viu brotar na paisagem seca do município agrestino os primeiros ramos do algodoeiro cultivados em um terreno de 1 hectare.
“A proposta veio através da Capial [cooperativa] para nós investirmos no algodão. Já existia quando era mais pequeno, mas foi extinta e a Capial tá trazendo agora essa volta do algodão no município”, relatou.
“Agora nós estamos colhendo. Se Deus quiser vamos ter uma safra muito boa, porque o inverno aqui foi muito bom”, afirmou o agricultor, que acredita que com a assistência promovida pela Capial, consiga colher um produto pesado e com boa qualidade. As sementes para o primeiro plantio do algodão foram ofertadas pela Capial, em uma parceria com a indústria sergipana de Peixoto Gonçalves.
Presidente da cooperativa e organizador do dia de campo, Chico da Capial vê com entusiasmo o retorno do algodão em solo alagoano. “A Capial incentivou os agricultores para que fosse feito o plantio e hoje Alagoas tem 170 hectares de algodão com bom porte. Esperamos uma grande produção nesta primeira safra. É importante que os agricultores do estado de Alagoas tenham conhecimento da revitalização da cultura do algodão com preço garantido”.
O gestor quer que a produção de algodão em Alagoas salte dos atuais 170 hectares para futuros 50 mil hectares. “Contamos com o apoio do Governo do Estado, dos bancos financiarem nosso produtor, de assistência técnica, e para isso, contamos com a Unicafes. Alagoas já foi uma grande produtora de algodão, fabricando ração e caroço e hoje não temos nenhuma, então a expectativa é de trazermos a indústria, fazer um farelo mais barato para criadores, óleo para biodiesel e a pluma do algodão para fabricação têxtil”, destacou.
Presente no dia de campo, diretores da indústria Peixoto Gonçalves, explica que a ampliação do mercado para Alagoas vai permitir que se tenha acesso a matéria-prima de qualidade em um local mais próximo à indústria, o que vai reduzir os custos da produção e, em contrapartida, eles garantem comprar o algodão com preço justo para o agricultor, gerando um ciclo positivo para toda a cadeia.
“A Peixoto Gonçalves tem uma história antiga em Alagoas, já comprávamos algodão aqui até que houve uma praga de Bicudo e parou e, há um ano, nós voltamos a incentivar junto à cooperativa a produção para os agricultores familiares. Estamos nos primeiros passos, então estamos vendo a primeira colheita de algodão”, resumiu Peixoto.