Cooperativismo
Cooperativas brasileiras vão à COP 28 com soluções de baixo carbono
Propostas das coops nacionais também abrangem outros temas, como a insegurança alimentar
Os 195 países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) se preparam para mais uma rodada de negociações sobre iniciativas que possam frear o ritmo do aquecimento global. A 28ª Conferência das Partes (COP 28) ocorrerá em Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro, e atrairá os olhos do mundo em um ano especialmente quente, que registrou temperaturas recorde em vários continentes.
Além de chefes de Estado, diplomatas e outros representantes de governos, a COP 28 reúne representantes da sociedade civil — incluindo o cooperativismo brasileiro, que mais uma vez estará presente nos debates sobre o futuro climático. Afinal, as cooperativas são reconhecidas pela própria Organização das Nações Unidas (ONU) por seu protagonismo em boas práticas ambientais e a agenda climática faz parte desse compromisso com a construção de um mundo mais sustentável.
“Quando falamos em COP do Clima, temos a premissa de que todos devem participar, ou seja, toda a comunidade. E o cooperativismo é a chave para que as pessoas participem desse processo de descarbonização da economia mundial. O combate à mudança climática depende do envolvimento de toda a população mundial e o cooperativismo permite que as pessoas participem nesse processo”, afirma o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.
Com esse foco, o Sistema OCB levará à COP 28 iniciativas de cooperativas brasileiras que estão contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). O cooperativismo terá destaque no Espaço Brasil, um pavilhão organizado pelo governo para mostrar iniciativas nacionais, públicas e privadas, de combate à mudança do clima.
Em um painel exclusivamente cooperativista, com o tema “Cooperativas Aliadas do Desenvolvimento Sustentável e da Segurança Alimentar”, o Sistema OCB apresentará casos de cooperativas que estão ajudando a promover a sustentabilidade em diversas frentes.
“Além das cooperativas, teremos duas convidadas internacionais em nosso painel. Compartilharão experiências regionais a Diretora-Geral da ACI [Aliança Cooperativa Internacional] na África, Chiyoge B. Sifa, e também a presidente da ACI Europa, Susanne Westhausen. Elas farão apresentações sobre a contribuição do cooperativismo para o desenvolvimento sustentável na África e na Europa, mostrando a eficácia na diversidade do nosso modelo de negócios”, antecipa o coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, João Martins.
Protagonismo
A atuação das cooperativas para um futuro mais sustentável e com menos emissões de CO2 também será apresentada em outras atividades da COP, tanto na parte governamental quanto em eventos liderados pela sociedade civil e em rodadas de negócios sustentáveis que ocorrem paralelas à conferência.
Em outubro, uma delegação de representantes do governo que participará da COP 28 percorreu seis cooperativas do Paraná e do Pará para conhecer iniciativas que são referência na produção sustentável cooperativista.
Segundo Martins, essa será a maior participação das cooperativas brasileiras em uma Conferência do Clima. “Na COP 26, tivemos uma participação ao lado do Ministério do Meio Ambiente, e falamos de um case do cooperativismo. Na COP 27, tivemos a possibilidade de apresentar algumas cooperativas, mas em uma participação remota, e agora na COP 28 vamos ter essa participação mais robusta do cooperativismo”, compara.