Cooperativismo
5 lições do cooperativismo para a política
O cooperativismo é um jeito de fazer negócios que coloca as pessoas em primeiro lugar, unindo desenvolvimento econômico e social, com foco nos cooperados e nas comunidades
2024 é ano de eleições municipais no Brasil. A data sempre deixa a política mais presente no dia a dia e coloca o assunto em pauta na casa de milhões de brasileiros. Mas o que isso tem a ver com o cooperativismo? Tudo!
O cooperativismo é um jeito de fazer negócios que coloca as pessoas em primeiro lugar, unindo desenvolvimento econômico e social, com foco nos cooperados e nas comunidades. Esse modelo justo, democrático e sustentável é uma ótima influência para quem faz política e tem muitos bons exemplos para inspirar quem decide o futuro das cidades, dos estados e do país.
Veja 5 lições do cooperativismo para a política:
1) A união faz a força
Sozinho, um político, por mais habilidoso que seja, não faz nada. Ele precisa saber atuar de forma cooperativa com o máximo de pessoas possível, sem abrir mão de valores, para conseguir aprovar suas pautas e pleitos.
No cooperativismo é exatamente assim: a união de pessoas com interesse em comum gera resultados muito melhores do que se estivessem atuando sozinhas. A regra vale para profissionais que se juntam para oferecer seus serviços de forma coletiva, grupos que se unem para comercializar seus produtos com escala e melhores preços, outros que se agrupam em busca de soluções de crédito ou infraestrutura mais justas e acessíveis, entre muitos exemplos.
Em uma cooperativa, todos trabalham coletivamente para conquistar renda e prosperidade. Além disso, a gestão é democrática e transparente, as decisões dependem da aprovação de todos, e os resultados financeiros são compartilhados, com reinvestimento no negócio ou distribuição entre os cooperados.
2) Compromisso com a comunidade
O bom político precisa ter interesse pela comunidade onde atua, defendendo o desenvolvimento da região que o elegeu.
No cooperativismo, o interesse pela comunidade é um dos nossos princípios. Não basta gerar renda, trabalho e prosperidade apenas para as pessoas diretamente ligadas às cooperativas, é preciso impactar positivamente o entorno, com iniciativas sociais, de educação, inclusão, e muitas outras.
Onde tem uma cooperativa, a vida das pessoas melhora. Nas cidades onde as cooperativas estão presentes, é possível observar um incremento na arrecadação de impostos, na geração de empregos, na educação e na promoção social. Um estudo feito pelo Sistema OCB e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) comprovou que a presença de uma cooperativa em um município melhora a renda, o nível de emprego e a movimentação da economia.
3) Atuação ética
O apreço pela honestidade, pela transparência e o respeito ao patrimônio público são valores que todo mundo espera de um bom político.
No cooperativismo, a integridade, ética e transparência são compromissos inegociáveis, que direcionam o funcionamento e a gestão das coops. Essa atuação responsável abrange o cumprimento de leis e normas, a conformidade social e ambiental, além de boas práticas trabalhistas, valorização dos colaboradores e atuação em prol das comunidades.
Para garantir que esses compromissos estejam no dia a dia dos negócios, as coops são gerenciadas segundo os princípios da governança cooperativa, baseado na autogestão, transparência, sustentabilidade e no senso de justiça. As diretrizes éticas visam garantir o cumprimento das metas sociais, a administração sustentável e o atendimento do interesse dos cooperados.
4) Responsabilidade com o meio ambiente
A preocupação com as causas ambientais e a defesa de um modo de produção mais sustentável é uma pauta consolidada na política. Em todo o mundo, as lideranças empenhadas em apoiar a economia verde e combater as mudanças climáticas têm ganhado cada vez mais destaque.
Para o cooperativismo, esse assunto sempre foi uma prioridade. Além de promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas e comunidades, o cooperativismo está comprometido com o planeta. As coops são protagonistas da agenda ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que se refere a ações Ambientais, Sociais e de Governança.
Em todos os setores em que atuam, as cooperativas desenvolvem ações de cuidado com o meio ambiente, seja com a produção e uso de energias limpas e renováveis, a reciclagem de resíduos, a agricultura de baixo carbono, entre outras iniciativas.
Até a Organização das Nações Unidas (ONU) já destacou o papel das coops para o meio ambiente: “por ter sua identidade baseada na ética e em valores, as cooperativas entendem que seus negócios não podem perdurar sem boas práticas ambientais, trabalho decente para cooperados e empregados; e tomada de decisão ampla e inclusiva.”
5) Respeito e valorização da democracia
Um bom político respeita as diferenças e valoriza a diversidade, independente de suas preferências ideológicas.
No coop o respeito à democracia está presente entre os nossos princípios. O primeiro deles determina que as cooperativas são organizações de adesão livre e voluntária, ou seja, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de gênero, social, racial, política e religiosa.
O compromisso das coops com a diversidade também está na gestão democrática, na valorização das visões e opiniões para criar ambientes colaborativos, na comunicação aberta e respeitosa e nas ações de inclusão e equidade promovidas entre colabores, cooperados e nas comunidades em que atuam.
As cooperativas brasileiras na política
Para dar voz e visibilidade às cooperativas brasileiras nos espaços de decisão e de formulação das políticas públicas do país, o Sistema OCB tem uma equipe especializada em representação institucional. São cientistas políticos e especialistas técnicos que atuam estrategicamente para defender os interesses das cooperativas brasileiras, apresentar informações sobre o poder transformador do coop e impedir medidas que possam afetar negativamente nosso modelo de negócio.
Uma das frentes da representação institucional é a atuação junto aos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. O trabalho envolve a articulação política com deputados e senadores no Congresso Nacional, agendas com autoridades do governo e o acompanhamento de processos relacionados ao coop nos tribunais superiores.
No Congresso, a defesa dos interesses das cooperativas é feita em conjunto com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), uma bancada suprapartidária formada por deputados e senadores que abraçaram a causa cooperativista.
Criada em 1986, na atual legislatura a Frente tem 325 parlamentares: 285 deputados e 40 senadores, mais da metade da bancada das duas Casas. O grupo atua de forma articulada e transparente com a equipe do Sistema OCB para garantir que o cooperativismo esteja na agenda do Parlamento na discussão de leis que impactam o setor, tanto nas comissões temáticas quanto nas votações em plenário.
Em 2023, o trabalho de representação institucional garantiu uma conquista política muito importante para as cooperativas brasileiras: a inclusão e aprovação de dispositivos que consideram a necessidade do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo e permitem a criação de um regime específico de tributação para as cooperativas no texto da Reforma Tributária.