Cooperativismo

Cooperativas denunciam manipulações e esquema de vantagens no Sistema OCB-AL

Com data marcada para o dia 1º de março, o pleito se encontrava suspenso há dois anos em decorrência da intervenção judicial submetida ao órgão

Por BCCOM Comunicação 23/02/2024 08h08
Cooperativas denunciam manipulações e esquema de vantagens no Sistema OCB-AL
OCB-AL - Foto: Reprodução

As polêmicas acerca de possíveis manipulações do estatuto da OCB Alagoas (Sindicato e Organização das Cooperativas de Alagoas) e esquemas de benefícios para um grupo reduzido de cooperativas que apoiam a presidente afastada Márcia Túlia, voltaram à tona com a proximidade das eleições do órgão. Com data marcada para o dia 1º de março, o pleito se encontrava suspenso há dois anos em decorrência da intervenção judicial submetida ao órgão.

Até então, segundo denúncia de um grupo de cooperativas, a presidente Márcia Túlia vem se beneficiando da máquina para manipular as eleições. Em Alagoas, segundo a Junta Comercial, há 325 cooperativas ativas. Destas, atualmente, 85 estão registradas e regulares na OCB-Alagoas.

Sem poder sequer acessar a sede do prédio de “sua casa oficial”, no bairro do Feitosa em Maceió-AL, as demais cooperativas convivem com a falta de amparo da Instituição há quase vinte anos. 

“São vinte anos com um grupo manobrando as atividades na OCB-AL. São anos de prejuízo e atraso para o cooperativismo, que vem sendo tratado de forma excludente e arbitrária, e até perseguidos por manifestar ideias contrárias”, disse o líder da Chapa 3 – OCB Para Todos, Antonino Cardozo, presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba).

Ainda sobre a “panelinha” que se instaurou na OCB-AL, segundo Antonino Cardozo, o grupo conta com dez cooperativas que aumentaram suas participações em contratos nos últimos três anos. De acordo com ele, as suspeitas só aumentam. Isso porque existem várias denúncias que recursos do Sescoop foram utilizados nestes contratos, “comprando votos de cooperativas” e até criando novas cooperativas, que conseguiram facilmente se registrar e estão regulares para o pleito deste ano.

“Aumentaram os gastos com cooperativas de um grupo pequeno. Tivemos acesso aos dados da instituição, em que mostram que em 2021, foram gastos R$ 1 milhão; em 2022 mais R$2 milhões e em 2023 R$ 3 milhões. É gravíssimo também o fator ‘fabricação de cooperativas’, quando cooperativas comuns são escorraçadas e não conseguem se registrar na entidade cooperativas que não fazem parte do grupo da situação. Isso é muito ruim para o desenvolvimento do cooperativismo em Alagoas”, afirmou Cardozo.

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