Em meio ao conturbado período eleitoral para nova diretoria do Sindicato e Organização das Cooperativas de Alagoas – OCB/AL, um movimento de jovens lideranças de cooperativas de diferentes regiões do estado tem engrossado às críticas à gestão de continuidade da OCB-AL devido ao que eles consideram faltam de espaço para a categoria nos últimos vinte anos. A OCB Alagoas realizará suas eleições nesta sexta-feira,1º de março, após dois anos sob intervenção judicial.

Enquanto a participação de jovens nas bases cooperativas aumenta em ocupação de postos estratégicos e em desenvolvimento profissional, segundo a recém-formada agente de desenvolvimento cooperativista, Jeniffer Cavalcante, na OCB Alagoas houve um apagão.

“Não há nenhum projeto que inclua o jovem ou qualquer núcleo ou comissão de juventude presente na instituição. Há uma exclusão e um processo de condução na gestão totalmente equivocado e sem perspectiva”, disse Jeniffer, que integra a Cooperativa dos Produtores Agropecuários do Estado de Alagoas (Coopal), de São José da Lage.

Do município de Piaçabuçu, Wanderson Tadeu, integrante da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba) alega que a falta de sensibilidade à perspectiva da juventude poderá ter danos irreparáveis para as próximas gerações.

“O cooperativismo mundial segue em preparação de sua juventude uma vez que, principalmente na agricultura familiar, precisamos preparar as famílias para a sucessão rural. Isso faz parte da sustentabilidade do cooperativismo e da responsabilidade com o futuro de milhares de famílias”, complementou.

Sob suspeitas de fraude e manipulação do processo eleitoral na OCB-AL, a Justiça de Alagoas (13ª Vara da Capital) interveio parcialmente na organização em abril de 2022. A então presidente Márcia Túlia foi mantida na presidência, mesmo sob suspeita de ter fraudado o estatuto da entidade para ser eleita em agosto de 2021, para um mandato tampão.