Cooperativismo

Cooperativismo alagoano se expande como modelo para o Brasil, diz gestor

Marcelo Vieira Martins, CEO de cooperativa de crédito e autor de livros sobre o tema explicou como o estado tem realizado ações que colocaram o cooperativismo no primeiro escalão do governo

Por Vinícius Rocha 07/08/2024 18h06 - Atualizado em 07/08/2024 18h06
Cooperativismo alagoano se expande como modelo para o Brasil, diz gestor
Cooperativismo - Foto: Reprodução

O CEO de cooperativa de crédito, autor de livros sobre cooperativismo e influenciador Coop do Sistema OCB, Marcelo Vieira Martins, em coluna publicada nesta terça-feira (6) no site especializado Economia SC, apontou Alagoas como uma das forças motrizes do cooperativismo brasileiro e o estado como um modelo de desenvolvimento econômico por colocar o setor no primeiro escalão do governo

Este (O cooperativismo como primeiro escalão de governo), é o título da coluna que mostra como Alagoas dá exemplo para país e atrai a atenção de gestores públicos Brasil afora pela criação da primeira secretaria Executiva de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária, focando no fortalecimento das cooperativas para o desenvolvimento da economia. 

Marcelo disse que o impacto das ações de Alagoas são evidenciados no Anuário Coop da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). "Atualmente, são 215 cooperativas ativas em 59 municípios alagoanos, envolvendo 120 mil cooperados e gerando 6 mil empregos diretos. Essa rede se expande por meio de políticas públicas que incentivam a criação de novas cooperativas e fortalecem as já existentes", relata. 

Marcelo Martins. Foto: Gabriel Richartz/divulgação

Dados mostram que municípios com presença cooperativa apresentam um crescimento significativo no emprego e empreendedorismo. A cada 10 mil habitantes, há um aumento de 28,4 empregos, e o número de estabelecimentos cresce em quase 15 por mil habitantes. Esse modelo não só impulsiona a economia local, mas também contribui para a distribuição equitativa dos benefícios econômicos, algo que Alagoas vem conseguindo demonstrar com eficiência.

O gestor citou o alagoano e atual secretário de cooperativismo da Sedics, Adalberon Sá Júnior como um gestor que busca essas políticas como um legado duradouro do governo atual. Através de uma estratégia bem definida, o estado aloca recursos para áreas que oferecem o maior retorno social e econômico à população, fortalecendo o modelo cooperativista.

"Diversas iniciativas em Alagoas já começam a mostrar resultados concretos", diz, citando como exemplo a parceria da secretaria com a com a Universidade Estadual de Alagoas que formou a primeira turma de pós-graduação em Gestão de Cooperativas, composta por 40 alunos. Outro caso de sucesso do modelo alagoano, segundo Marcelo, foi que mais de 200 jovens foram qualificados em cursos de cooperativismo através de convênios com o Instituto Federal de Alagoas. Essas ações educacionais se estendem às escolas estaduais, onde mentores foram selecionados para ensinar o tema aos alunos do Ensino Médio.

Secretário executivo de cooperativismo do Governo de AL, Adalberon Sá Jr.

"A integração do cooperativismo com o setor público alagoano se estende também à alimentação escolar. Em uma chamada pública realizada no ano passado, 23 cooperativas agrícolas passaram a fornecer alimentos para as escolas estaduais. Em 2024, esse número aumentou para 41 cooperativas, destacando o crescimento e a importância do cooperativismo para o estado", disse. 

Rodadas de negócios têm facilitado a interação entre cooperativas e o setor privado. Recentemente, essas reuniões aproximaram cooperativas de empresas que fornecem alimentos para o sistema prisional, hospitais e restaurantes populares. Uma nova rodada, planejada para agosto, reunirá 300 representantes de hotéis, pousadas, bares e restaurantes com cooperativas alagoanas de agricultura, reciclagem, artesanato e turismo de base comunitária.

O Observatório do Cooperativismo, criado recentemente, está em fase de mapeamento do setor em Alagoas. Este projeto, em colaboração com universidades locais, busca não apenas quantificar o cooperativismo, mas também analisar seus impactos socioeconômicos na vida dos alagoanos.