Cooperativismo
Cooperativas de crédito no Brasil alcançam resultados além do esperado em 2024
Especialistas do mercado destacam que as transformações recentes nas cooperativas de crédito foram impulsionadas pela competição com players tradicionais e fintechs
O mercado de cooperativas conquista cada vez mais espaço e relevância no Brasil, com crescimento acima de 14% no último ano e atingindo a marca de 23,45 milhões de cooperados em 2024, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro.
Com um modelo de negócios centrado no coletivo, as cooperativas de crédito enfrentam o paradoxo de equilibrar valores cooperativos com práticas empresariais que buscam resultados de negócio.
Especialistas do mercado destacam que as transformações recentes nas cooperativas de crédito foram impulsionadas pela competição com players tradicionais e fintechs, além das demandas dos consumidores por soluções mais alinhadas às suas necessidades.
Entre as empresas que acompanham de perto essas mudanças, a Nower Consultoria tem contribuído com análises e reflexões relevantes sobre o setor, compartilhadas por seus consultores estratégicos.
Segundo Guga Moser, consultor da Nower, um diferencial para alcançar resultados nesse mercado é uma gestão inovadora que conecta: a “Gestão por Propósito”, mantendo a essência social das cooperativas, a “Gestão por Resultados”, trazendo metas e objetivos claros para guiar as ações e a “Gestão de Produtos”, que cria experiências realmente valorizadas pelos clientes.
Outro fator relevante é a adoção de uma abordagem intencional e personalizada, conforme detalhado por Fernanda Morelli, consultora da Nower. Ela explicou como o uso de dados estruturados ajudou cooperativas a segmentar clientes e comunicar ofertas específicas, resultando em ganhos expressivos. Segundo Fernanda, “o uso estratégico de dados permite identificar oportunidades específicas e criar ações que impactem diretamente nos resultados”, explica.
Além disso, iniciativas como o fortalecimento de uma cultura de testes de hipóteses, mencionada por Guga Moser, tem permitido que cooperativas experimentem soluções em menor escala antes de expandi-las para toda a base de associados. Essa abordagem reduz riscos, acelera resultados e contribui para maior adesão às mudanças.
“Por exemplo, a oferta de produtos focados em um perfil de público específico permitiu que uma cooperativa alcançasse um crescimento de 40% nas captações em apenas um mês”, comenta Moser.
Na opinião de Carlos Felippe Cardoso, cofundador e CEO da Nower, para aumentar o potencial de crescimento é preciso combinar eficiência e proximidade com os associados, reduzindo o tempo de resposta ao mercado e melhorando a experiência do cliente. “Como é o caso de cooperativas que alcançaram um crescimento superior ao esperado, mesmo em um ano desafiador para muitas empresas do setor”, afirma.
As tendências para 2025 incluem maior digitalização, busca por soluções inovadoras e um foco crescente em sustentabilidade, ressalta Carlos Felippe Cardoso.
Entre as principais estratégias que podem impulsionar o crescimento do setor, ele aponta:
Hiperpersonalização: uso de análises comportamentais para oferecer produtos específicos, como crédito e seguros, com maior aderência.
Agilidade estratégica: implementação de ferramentas como OKRs para acelerar decisões e encurtar o ciclo entre planejamento e execução.
Engajamento local: fortalecimento do vínculo entre cooperativas e comunidades, promovendo fidelidade dos associados.
No entanto, a oportunidade de diferenciação está em investir em novas tecnologias sem abrir mão da humanização, observa Andressa Chiara, consultora da Nower. “As cooperativas se destacam ao oferecer um atendimento próximo e humanizado, capaz de estabelecer uma conexão emocional que transcende uma simples transação financeira”, afirma.
De acordo com os especialistas, o futuro das cooperativas de crédito no Brasil está diretamente ligado à sua capacidade de equilibrar valores tradicionais com inovações que atendam às demandas de um mercado em constante transformação. À medida que digitalização, personalização e sustentabilidade se tornam prioridades, espera-se que essas instituições continuem ganhando relevância, consolidando-se como alternativas estratégicas para consumidores em busca de soluções financeiras mais próximas e acessíveis.