O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo de Alagoas (MTC-AL) realizou sua Assembleia Estadual em Batalha, reunindo mais de 100 lideranças de diversos municípios para debater soluções para a agricultura familiar. O encontro teve como foco a necessidade de inovação no setor e estratégias para a sucessão rural, visando evitar o êxodo da juventude e garantir a produção sustentável de alimentos.

Segundo Adriano Ferreira, presidente do MTC-AL, a falta de investimentos tem esvaziado o campo e afastado os jovens da atividade agrícola. "A juventude não quer mais ficar no campo apenas puxando cobra pros pés, como a gente chama, que é a inchada. É preciso investir em tecnologias agrícolas que respeitem os saberes locais, a agroecologia", destacou Ferreira.

Uma das estratégias definidas no encontro foi o fortalecimento da Escola de Agroecologia no município de Igaci. O objetivo é qualificar novos trabalhadores e fomentar a permanência no campo com produção de alimentos saudáveis para Alagoas e o Brasil. "Precisamos fortalecer a comunidade familiar e garantir que as próximas gerações tenham condições de permanecer e prosperar na agricultura familiar", acrescentou o presidente do MTC-AL.

O evento também contou com a participação de cooperativas, associações, grupos de base, lideranças indígenas e quilombolas, reforçando a importância da agricultura familiar como pilar econômico e social para o estado. Atualmente, o MTC-AL representa mais de duas mil famílias e se destaca como uma das principais organizações do setor no país.

A Assembleia Estadual reafirmou o compromisso do MTC-AL em buscar políticas públicas que incentivem a produção sustentável e garantam mais autonomia aos trabalhadores rurais. "Nosso movimento segue na luta por melhores condições para o campo, fortalecendo a produção e a comercialização, garantindo que os alimentos cheguem à mesa dos alagoanos com qualidade e justiça social", concluiu Adriano Ferreira.