Cooperativismo
Os caminhos para driblar os desafios tecnológicos nas cooperativas
Investimento em capacitação e na cultura organização estão entre as mais eficazes estratégias que precisam ser adotadas
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Embora recursos tecnológicos e inovações tenham crescido em variedade e estejam mais acessíveis, estudos recentes revelam que apenas 10% dessa tecnologia é utilizada pelas organizações atualmente.
Os motivos dessa carência são inúmeros e vão desde a falta de conhecimento e interesse dos colaboradores até a escassez de investimento no setor. O resultado disso? Investimento em recursos que acabam se restringindo, muitas vezes, apenas à realização das tarefas diárias e simples.
Segundo estudo produzido pela Deloitte no ano passado, 73% dos profissionais consideram não possuir treinamentos adequados para explorar o máximo dos softwares e ferramentas oferecidas pelas empresas. Esse desconhecimento acaba gerando a utilização parcial da tecnologia, perda de tempo da equipe e a ineficiência dos trabalhos.
Complementando esse dado, o Relatório sobre o Futuro dos Empregos de 2023 feito pelo Fórum Econômico Mundial sinaliza que 60% das pessoas terão que requalificar suas habilidades e conhecimentos até 2027. Além disso, aponta que 69 milhões de novos empregos serão criados e 83 milhões, eliminados no mundo.
Raissa Florence, Diretora de Growth e cofundadora da Koru, explica que uma agenda de qualificação e aprendizagem é essencial para qualquer negócio que queira se manter relevante para as próximas décadas, para as cooperativas não é diferente. Este movimento, por sua vez, deve começar pela liderança e seguir para toda a organização.
Para ela, entretanto, alcançar o uso de 100% das tecnologias é um desafio e depende de as organizações encontrarem as ferramentas mais estratégicas para o seu negócio individualmente. “Os departamentos de recursos humanos devem defender o investimento no aprimoramento do capital humano intelectual, uma vez que ele amplifica e potencializa o crescimento das empresas e das cooperativas”, completa Raissa.
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA É O CAMINHO
Para suprir essa nova demanda, qualificar e requalificar a mão de obra se tornou ainda mais importante para negócios, mercado e sociedade como um todo. Segundo pesquisa do Fórum de Davos com a PwC, investir nesse fator trazer um ganho no PIB global de 6,5 trilhões de dólares.
“Tecnologia é muito mais um assunto de pessoas do que técnico e, portanto, a cultura organizacional é o ponto de partida para que os focos e comportamentos corretos sejam alavancados e as organizações se beneficiem de todo o potencial de tecnologia e aprendizagem disponível hoje”, elucida Daniel Spolaor, CEO e cofundador da Koru.
O especialista lembra, que os aspectos culturais que estimulem a aprendizagem, a inovação, bem como a conexão com o stakeholders externos e com o ecossistema de inovação são muito positivos para o impulso na adoção de tecnologia nas organizações.
TECNOLOGIA COMO ALIADA
Acompanhando essa nova realidade, algumas cooperativas já utilizam a tecnologia para otimizar processos, melhorar as tomadas de decisão e facilitar a comunicação, buscando extrair ao máximo dessa ampla ferramenta. Esse é o caso da Capal Cooperativa Agroindustrial.
A cooperativa tem usado esse recurso em inúmeras atividades, como análises de dados por BI (Business Intelligence), automação de processos através de RPA (Robotic Process Automation), personalização de serviços no atendimento ao cooperado, treinamentos de colaboradores e ferramentas de comunicação, por exemplo. O maior desafio, porém, está em selecionar os recursos mais indicados para cada uma dessas questões, ganhando em performance ou reduzindo custos de operações.
Amilton Burgo Brambila, diretor financeiro da Capal Cooperativa Agroindustrial explica que a educação tem desempenhado papel crucial para o aproveitamento da tecnologia. Por isso, a organização tem capacitado tecnicamente os colaboradores, contribuído para o desenvolvimento das habilidades relacionadas à inovação por meio do pensamento crítico. “O papel do líder na cooperativa é ser facilitador quanto ao acesso à educação, adotar e demonstrar o uso eficaz de novas tecnologias. A colaboração permite que eles compartilhem conhecimento e experiências sobre o uso de tecnologias, criando um ambiente de aprendizado coletivo e contínuo”, diz Brambila.
Como aprendizado nessa trajetória, a Capal destaca que o investimento na cultura organizacional está diretamente ligado ao sucesso que será alcançado com a aplicação de recursos tecnológicos. “Ao incentivarmos uma cultura organizacional que valorize a inovação, colaboração e o aprendizado. As cooperativas podem maximizar o potencial das tecnologias e criar um ambiente mais eficiente, adaptável sempre visando o atendimento de qualidade ao cooperado”, finaliza Burgo.
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