Cooperativismo
Pindorama incentiva a produção do sorgo granífero em AL
Com testes que obtiveram resultados positivos no Agreste e Sertão de Alagoas, além do Litoral Sul, a empresa busca ampliar espaços para a cultura, aumentando a oferta no estado

Em busca de ampliar a oferta de grão para a produção de etanol e alimentação animal com a produção de WDG, a Cooperativa Pindorama, localizada no litoral sul de Alagoas, investe na cultura do sorgo granífero no estado, incentivando produtores rurais com a garantia de preço mínimo e compra do grão. A proposta inicial da empresa é conseguir plantar, em 2025, dez mil hectares de sorgo em Alagoas, o que resultaria em 800 mil sacos do grão, sendo cada unidade comercializada a R$ 70, resultando em R$ 56 milhões. Com isso, segundo a cooperativa, além de a iniciativa beneficiar o produtor, ela atende a toda uma cadeia produtiva formada por empresas vinculadas ao setor do agro e ao comércio, multiplicando o dinheiro inicial resultante da cultura do sorgo.
Com testes que obtiveram resultados positivos no Agreste e Sertão de Alagoas, além do Litoral Sul, a empresa busca ampliar espaços para a cultura, aumentando a oferta no estado. Atualmente, a cooperativa, pioneira na produção de etanol a partir de grãos em Alagoas e que iniciou a fabricação a partir do milho, migrou para o sorgo. Para cada tonelada de sorgo, são fabricados 420 litros de etanol, além de 500 quilos de WDG, que é uma proteína usada na alimentação animal, comercializada pela cooperativa com criadores de Alagoas e até para outros estados.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados. Atualmente, estamos sendo abastecidos com o sorgo que vem do Piauí e da Bahia. Mas queremos muito que essa cultura se fixe aqui em Alagoas. Para isso, assinamos um termo de contrato estabelecendo um compromisso com um preço mínimo e garantimos a compra de tudo que for produzido. Esperamos que os produtores enxerguem essa oportunidade. Mas o mais importante é que juntamos o tripé para fazer essa produção dar certo. A pessoa que vende a semente a fornece para receber na safra, e aquele que comercializa o herbicida e os inseticidas, que forem necessários, também aceitaram receber na safra. E o que vende o adubo também está disposto a proceder da mesma forma. Esse processo todo agiliza a produção e evita toda uma demanda em bancos. Afinal, não se pode esperar quando a hora de plantar chega no campo. Chuva não espera”, declarou Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama.
Segundo ele, o sorgo é uma novidade que chega para ficar. “É uma cultura ideal para o nosso Semiárido e Sertão, por ter uma exigência de chuva que é a metade da necessária para a cultura do milho, além de ter uma proteção genética para os picos de veranicos. É algo que o milho não dispõe. Se houver um fenômeno desse nível, pode perder tudo que foi plantado. E isso é improvável acontecer com o sorgo”, destacou Santos, lembrando que o grão exige apenas uma média de 250 milímetros (mm) de chuva, enquanto o milho cerca de 550 mm.
De acordo com o gestor da cooperativa, outro atrativo nesse processo de fomento da cultura do sorgo em Alagoas está no trabalho de assistência técnica prestada ao produtor que optar por investir no plantio do grão. “Teremos técnicos de empresas parceiras que estarão próximos de nós para prestar todo esse trabalho de orientação junto ao produtor”, reforçou Santos, lembrando que a colheita do sorgo pode ser feita por máquinas usadas na lavoura do milho, sendo necessária apenas a troca do disco, ou também surgem como outra alternativa máquinas utilizadas na colheita do arroz, que usam o mesmo disco empregado no sorgo.
“Vale destacar que, neste processo de compra do grão, será entregue à cooperativa apenas a espiga. O restante da planta ficará com o produtor, que poderá usá-la como ração animal para o gado. É uma grande biomassa e uma alternativa alimentar para os animais”, salientou Klécio Santos.
Dia de campo
Como forma de divulgar ainda mais os resultados obtidos com o sorgo, a Pindorama realizou um dia de campo com produtores. O encontro foi realizado em uma área de teste da cooperativa em Coruripe. “Realizamos um primeiro experimento em parceria com uma empresa e agora estamos em um segundo com outro parceiro. Cada um com variedades que trabalham precocidade, teor de amido, entre outros pontos. Em todos os casos, essas variedades passaram por testes para que tivéssemos a oportunidade de saber qual se adaptaria melhor a nossa região, principalmente no Semiárido e no Sertão. Os dados serão disponibilizados aos produtos no ato do contrato, onde ele saberá a estimativa de produtividade, tendo uma base de protocolo e de manejo utilizado na produção”, afirmou Danilo Wanderley, gerente Agrícola da Cooperativa Pindorama.
Segundo o gerente da cooperativa, outro atrativo do sorgo em comparação com o milho está na precocidade. “A depender da variedade, ela pode sair muito mais rápido que o milho. Na área de teste temos materiais que saem com 120 dias e outros com apenas 90. É uma diferença importante para o produtor na hora do planejamento, por exemplo, numa janela de inverno menor, onde ele utilizaria uma variedade mais precoce. O sorgo é cultura rústica que veio para ficar e que o produtor pode apostar”, frisou Wanderley.
Produtores
Os resultados obtidos com o sorgo têm despertado o interesse dos produtores do Sertão e Agreste de Alagoas. Neste sentido, para comprovar a viabilidade do grão, alguns agricultores já iniciaram teste de campo da cultura, enquanto outros estão dando o pontapé inicial.
