O aumento na conta de luz, além de ajudar as empresas de energia elétrica e aliviar o governo, tem uma utilidade adicional de mostrar para o consumidor como é caro produzir luz, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante exposição na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (31).

O ministro defendeu a redução de gastos do governo, o que inclui menos subsídios ao setor elétrico. Ele falou sobre cortes em vários setores e citou esse também.

"Uma outra coisa [dentro dos cortes de gastos] foi o realinhamento dos preços no setor energético. Também tem uma sinalização para o consumidor, mostrando a ele o valor e o custo para produzir energia", afirmou Levy.

Segundo ele, o país não precisa só de ajuste fiscal (corte de gastos do governo), mas mudar toda a politica por causa das alterações no mundo. "Devemos fazer um ajuste econômico mais amplo. Diante da mudança do cenário internacional, não temos de fazer só ajuste fiscal, mas uma recalibragem da economia. Temos de operar com eficiência nesse cenário."

O ministro elogiou as políticas sociais e de incentivo da economia adotadas até agora pelo governo federal, mas disse que as condições mudaram, e agora o país não tem condições de sustentar isso.

Levy disse que o mundo mudou e isso exige alteração na política econômica brasileira também. Ele afirmou que é preciso suspender as isenções de impostos (renúncias fiscais). Ao cortar impostos, o governo estimula a economia, pois os empresários e os consumidores podem produzir e comprar mais. No entanto, o governo perde arrecadação também.

O ministro foi convidado ao Senado para explicar o ajuste fiscal (cortes de verbas e incentivos do governo federal). O Congresso tem de aprovar as medidas propostas pelo governo federal, mas vê os cortes com restrições.