Economia

"Estou disposta a colaborar com CPI", diz doleira

Nelma Kodama, condenada por lavagem de dinheiro, negocia delação premiada

Por Agência brasil 12/05/2015 16h04
'Estou disposta a colaborar com CPI', diz doleira

Acusada de chefiar o esquema de lavagem de parte do dinheiro desviado da Petrobras, a doleira Nelma Kodama, se negou a responder todas as perguntas feitas hoje (12), por deputados membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, da Câmara dos Deputados. Para justificar seu comportamento, Nelma afirmou que está negociando com a Justiça Federal a assinatura de um acordo de delação premiada.

“Estou disposta a colaborar com a CPI, desde que isso não atrapalhe meu acordo de colaboração em curso”, disse a doleira ao prestar depoimento no segundo dia de audiências públicas feitas pela CPI em Curitiba. 

Condenada por envolvimento em operações irregulares de instituição financeira, lavagem de dinheiro, corrupção e acusada de corromper um ex-gerente do Banco do Brasil, Nelma declarou que, à época dos fatos, não tinha consciência de que estava agindo ilegalmente.

"Eu não via que estava fazendo nada errado. Era como compra e venda de dólares. A operação do doleiro acontece por causa dos impostos envolvidos no pagamento de empresas no exterior. Eu não achava isso errado porque os impostos eram muito altos”, comentou a doleira, reclamando da pena de 18 anos a que já foi condenada por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. 

A depoente ainda provocou risos dos presentes ao admitir que, de 2007 a 2009, "viveu maritalmente" com o também doleiro Alberto Youssef - um dos principais alvos da Operação Lava Jato.

"Vivi maritalmente com ele", disse Nelma ao ser indagada se foi amante de Youssef. "Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Ser amiga, companheira. Uma coisa bonita”, respondeu a doleira antes de cantar trecho da música Amada Amante, de Roberto Carlos. 

A expectativa dos integrantes da CPI da Petrobras é ouvir, ainda hoje, além de Nelma, outras seis pessoas: René Pereira (ligado ao doleiro Alberto Youssef), os ex-deputados Luiz Argolo, Pedro Corrêa e André Vargas, e o doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de gasolina de Brasília onde começou a investigação que culminou na deflagração da Operação Lava Jato.