Economia
Fornecedores querem receber débitos de usinas em açúcar e etanol
O setor passa pela maior crise no estado
Em meio a maior crise que já atingiu o setor sucroalcooleiro de Alagoas, a Associação dos Plantadores de Cana realiza, desde as 9h desta segunda-feira, reunião com seus associados para discutir estratégias que resultem no pagamento dos valores devidos pelas usinas aos fornecedores do estado. 7,5 mil produtores do estado passam por dificuldades. .
“Tem plantador de cana que não tem mais dinheiro nem para fazer a feira, quanto mais para tratar do canavial. O pequeno não tem o que comer, o médio e o grande não tem como pagar os trabalhadores. É uma situação que mexe com os nervos dos fornecedores”, avalia o presidente da Asplana, Lourenço Lopes.
Apesar do “clima quente”, a Asplana vai trabalhar para encontrar saídas que assegurem o pagamento dos fornecedores, mesmo sabendo que o setor sucroalcooleiro como um todo enfrenta uma crise profunda em função de problemas de mercado, aumento de custos de produção e falta de crédito.
A dívida cobrada pelos plantadores de cana de Alagoas é avaliada em cerca de R$ 200 milhões pelos técnicos da Asplana, o equivalente a cerca de 3,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar ou um terço de toda a produção.
“Mais de 90% dos nossos associados são pequenos produtores e estão passando por dificuldades. Não têm dinheiro para fazer os tratos culturais e para sobreviver no campo. Fornecemos à cana as usinas. Elas processaram o açúcar e o etanol, venderam e receberam pelos produtos. Agora, queremos que elas paguem o que devem aos fornecedores”, alerta Lourenço Lopes.
“Algumas usinas estão pagando aos poucos e outras prometem começar a pagar logo. O importante é que as indústrias deem alguma esperança ao produtor, que está enfrentando um momento de aflição”, reforça o presidente da Asplana.
Para viabilizar o pagamento de atrasados aos fornecedores, a diretoria da Asplana promete apresentar uma proposta inovadora durante a reunião desta segunda-feira: “a usina que não tiver dinheiro e não conseguir recorrer a financiamentos bancários poderá pagar o fornecedor com o equivalente em açúcar ou em etanol”, sugere o presidente da entidade.