O emblema de um dos maiores escândalos financeiros do país estava “morto” há 20 anos e agora teve uma solução definitiva. O Produban, ex-banco oficial do Estado de Alagoas - que derramou no mercado títulos ‘podres’ em esquema considerado fraudulento pelo Banco Central (BC) nos anos 1990 e levou um calote de US$ 76 milhões, principalmente de usineiros - ressurgiu no governo Renan Filho e será vendido.
 
Com isso, resolve uma pendência antiga com fornecedores, acionistas e, principalmente, ex-funcionários. O banco está avaliado entre R$ 400 e 550 milhões.
 
Com o dinheiro obtido através da venda, o Estado quitará as dívidas de todos 300 acionistas que possuem pendências financeiras da época - trabalhadores que foram submetidos a aderir o PDO (Programa de Desligamento Obrigatório) e a quitação dos débitos com a União e a então Distribuidora de Energia de Alagoas, a Ceal, e atualmente Eletrobras Alagoas.
 
Dessa forma, ressalta o próprio governador Renan Filho, o Estado continua firme, honrando o compromisso com o alagoano, enfrentando as dificuldades e crise de frente e com trabalho.  
 
 
Investimentos
 
O Estado utilizará da outra parte do valor da compra para investimentos no âmbito da saúde na capital, na ampliação dos Centros Integrados de Segurança Pública (Cisps) em todo Estado, visando à continuidade da redução da violência e na educação, com mais escolas em tempo integral.
Otimista com a confirmação da venda do banco, o governador Renan Filho promoveu audiências públicas nos meses de agosto e outubro deste ano, para retirar a carteira imobiliária do banco, bem como assegurou, nos últimos dias, o pagamento de todos os acionistas que possuem pendências financeiras e os débitos com a União e a antiga Ceal.
“Fizemos uma audiência pública, estamos tirando a carteira imobiliária do banco porque o comprador não quis finalizar a compra. O Probuban tem algumas pendências com acionistas, e todos, sem exceção, vão receber. No momento que participamos da audiência, houve praticamente 100% de comparecimento, ou seja, as pessoas estão querendo receber. Então, uma vez que  o Produban será vendido, nós iremos pagar a todos, com o dinheiro da venda”, garantiu o governador.
 
Histórico
 
O Produban foi criado em 1954, entrando em crise na década de 1990. Em 2000, uma resolução do Senado (PRS 32/2000) autorizou Alagoas a celebrar operação de crédito com a União para extinguir o banco. O Produban foi liquidado pelo Banco Central (BC) em 1997. A instituição ganhou o noticiário nacional após levar um calote de US$ 76 milhões, sobretudo de usineiros, e derramar no mercado títulos podres, esquema considerado fraudulento pelo BC.
Desde então, o banco não foi formalmente extinto. Após duas décadas, a dívida de origem foi de R$ 1.800.000,00. Alagoas assumiu o débito e pagou caro para quitar a divida. O Estado já pagou mais de R$ 10 bilhões e ainda deve R$ 6 bilhões e R$ 100 milhões.
“O símbolo de um dos maiores escândalos financeiros estava à toa há 20 anos”, ressaltou o governador Renan Filho. O fato é que nenhum dos governos anteriores conseguiu concluir a venda.  Nem sequer obtiveram autorização do Senado Federal.
 
Renan Filho ressalta que a atual gestão provou o contrário. “Com muita determinação, irá finalizar a venda, trazendo mais investimentos para o desenvolvimento estadual”, completou o governador.