Economia
Seca castiga produtores da bacia leiteira: bagaço de cana chega a R$ 200
A situação dos produtores de leite do sertão de Alagoas é de desespero – literalmente. A escassez de chuvas este ano é uma das maiores que se tem conhecimento na história. Como resultado, os criadores não conseguiram produzir nem estocar alimentos para os animais durante o inverno.
Mais de 10 mil produtores da região estão enfrentando dificuldades, até para conseguir água para a dessedentação os animais.
Com o agravamento da seca, a tonelada do bagaço de cana está chegando na região por R$ 200, sendo R$ 120 do material na usina e mais R$ 80 do custo do transporte.
Do ponto de vista nutricional, o bagaço é um alimento muito pobre para animais, especialmente gado leiteiro. A palhada de milho, que também é outra fonte fibra pobre, está saindo pro R$ 400 a tonelada
O produto só está sendo usado, revelam produtores da região, porque não existe outra alternativa: “sem alimentos como esse, para misturar com a palma, o gado não resiste”, explica Cícero Leite, agricultor familiar do município de Batalha.
A esperança de pequenos produtores da bacia leiteira é que o governo do estado comece a distribuição de bagaço de cana, como foi prometido pelo governador Renan Filho durante a Expoagro: “o pequeno produtor não tem como pagar pelo bagaço, por isso estamos dependendo do socorro do governo”, aponta Leite.
Ineditismo
A seca no agres e sertão de Alagoas é tão grave as lagoas de Pé Leve, em Arapiraca, e de Pai Mané, em Cacimbinhas, secaram literalmente que pela primeira vez na história.