Economia
60% da população de Maceió está endividada
Em dezembro, apenas 6,9% terão condições de pagar totalmente suas dívidas
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de dezembro aponta que 60% da população de Maceió está endividada. Conforme a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), isso representa um aumento de 1,1 p.p em relação ao mês anterior e um valor 8,9 p.p menor quando comparado com o mesmo período do ano passado. A análise indica que as famílias poderão optar em comprar à vista ou menos do que no ano anterior.
Dos 60% dos endividados na capital, 27,5% estão endividados e com as contas em atraso. Esse valor é 1,8 p.p. menor do que o mês anterior. Do total dos endividados, 29,4% se consideram muito endividados. Já 12,5% mais ou menos endividado e 18,1% pouco endividados. A principal razão para o endividamento é o uso do cartão de crédito (87,6%). Na sequência, carnês/boletos (8,3%) e o uso de crédito pessoal para quitar dívidas anteriores pagando juros menores do que o cartão, 4,8%.
Para o mês de dezembro, dos 13,7% que estão em situação de inadimplência, apenas 6,9% terão condições de pagar totalmente a dívida e recuperar o crédito; 29,2% irão pagar parcialmente e renegociar, e 53,1% não terão condições de pagar.
A pesquisa tem como objetivo acompanhar e entender o comportamento do consumo e seus limites para balizar informações aos empresários do comércio sobre as perspectivas futuras do setor em relação às vendas na capital. O levantamento foi realizado nos últimos 10 dias de novembro. Em dezembro, há um aumento natural da demanda sobre os bens e serviços ofertados com as férias escolares, confraternizações, entre outras situações que incentivam a procura por bares, restaurantes, presentes e hotéis.
Após o menor índice de inadimplência coletada nos últimos 12 meses, no mês de novembro, a Black Friday - ocorrida em novembro, incentivou o aumento do consumo por meio do crédito. O mês de dezembro, por conta do Natal, trouxe também o aumento do uso dos diversos instrumentos financeiros pelos cidadãos.
Os consumidores endividados passam pelo menos 4,7 meses do ano pagando dívidas, seja por meio do cartão de crédito, dos boletos, empréstimos e outros. “É um dado positivo se lembrarmos que no ano passado, os consumidores da capital passavam 6,3 meses do ano pagando dívidas. Ao se livrarem mais rápidos das dívidas em tempo mais reduzido já possuem condições de retornar a sociedade de consumo e, como na média apresentam um nível de comprometimento de suas rendas de 29,1% estão em níveis ainda satisfatórios de saúde de seus orçamentos”, explicou o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha.
Para o economista, 2017 trará boas novas para consumidores e empresários, pois a prática de diferenciação de preços institucionalizada por meio de Medida Provisória irá permitir os consumidores negociarem de forma mais aberta com vendedores preços menores quando o consumo for à vista e a universalização dos meios de pagamento permitirá aos empresários terem custo menores de taxas de administração de máquinas de cartão. “O que poderá reduzir ainda mais os preços praticados. Este final de ano deverá ser de consumo 1% maior, porém de mais lembrancinhas”, comentou Felippe.