Economia
Empresários estão mais confiantes, segundo o Instituto Fecomércio
O cenário brasileiro parece estar dando novo ânimo aos empresários, conforme vem se firmando nas pesquisas de Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Maceió, realizadas pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento do Estado de Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Turismo (CNC).
O levantamento mensal aponta o crescimento dos indicativos sobre melhora no Comércio, melhora das expectativas futuras (o horizonte até o final de ano) e indicadores de investimento empresarial em Maceió. E, nos primeiros quatro meses deste ano, o crescimento das expectativas já contabiliza 8,6%. Entre março e abril, essa elevação foi de aproximadamente 3%.
Segundo o Instituto Fecomércio, desde março, o indicador de expectativas dos empresários ultrapassou o teto de 100 pontos, demonstrando a retomada de investimentos e empregos.
Para o economista Felippe Rocha, esse comportamento reflete mais as mudanças políticas do que, necessariamente, econômicas. “Muito embora os dois primeiros meses tenham apontado retorno das atividades reais da economia [indústria, comércio, agropecuária], o ritmo de crescimento dos meses de março e abril se aproximam de uma estagnação, o que nos permite perceber que a expectativa do empresário está mais estimulada pela ordem política do que pela econômica”, avalia.
Na visão do especialista, a principal avenida da capital já passa por transformações. “Isso faz parte do processo cíclico da economia. A crise mantém apenas as empresas mais competitivas e permite, ao final, a retomada de investimentos e lojas por parte daqueles que pouparam e esperaram pelo bom momento para novos investimentos”, observa.
Desempenho
Apesar de abril ser um mês de grande expectativa de venda, pois os festejos religiosos movimentam a comercialização de produtos derivados do cacau, pescados e vinhos, além de estimular o setor de serviços – principalmente o turismo, houve redução em relação às expectativas dos próximos meses.
O Comércio vendeu 1,6% a menos do que em fevereiro. Se comparado a abril de 2016, as vendas foram 3,7% menores. “A falta de dinâmica é explicada pelo estrangulamento da renda alagoana, pois o desemprego ainda persistente e reduz a capacidade de consumo das famílias, que evitam o cartão e só o utilizam último caso”, explica Felippe.
Ainda assim, a aposta de uma Páscoa melhor que a do ano anterior movimentou os investimentos do Comércio maceioense. A intenção de contratar funcionários foi 14,93% superior à de março e houve um aumento de 7% no investimento empresarial para adaptar as lojas a demanda por produtos da Páscoa.