Economia
Meirelles diz que não há expectativa de volta da recessão
Segundo o ministro da Fazenda, a perspectiva é de acomodação do crescimento da economia no segundo trimestre
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (1º) que há uma perspectiva de acomodação do crescimento da economia no segundo trimestre, mas não há expectativa de volta da recessão.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao quarto trimestre do ano passado, na série com ajuste sazonal. Esta foi a primeira alta na comparação, após dois anos consecutivos de queda.
“É muito raro na economia que todos os trimestres sejam iguais. É normal que sobe muito e depois sobe menos e depois volta a subir mais. Todos os crescimentos são nesse tipo de padrão em qualquer lugar do mundo. Não há uma trajetória reta. Há uma perspectiva de acomodação, mas não há uma perspectiva de volta da recessão”, disse o ministro ao chegar em um hotel, em Brasília, onde participou de almoço com diretores e conselheiros da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Meirelles acrescentou que o governo mantém a projeção de que a economia vai crescer 0,5% este ano. Destacou ainda que houve criação de emprego em abril e que, na medida em que a economia se recupera, haverá mais geração de vagas no mercado de trabalho.
Brasil está na direção certa, diz ministro
Para Meirelles, o país está na direção certa, fazendo as reformas e equilibrando as contas públicas, com inflação em queda e, por consequência, com aumento do poder de compra da população.
O ministro da Fazenda comentou o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgado ontem, quando a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida em 1 ponto percentual, indo para 10,25% ao ano. O Banco Central informou que o aumento das incertezas em relação ao clima político e ao andamento das reformas pode levar à redução do ritmo de corte da taxa Selic nas próximas reuniões.
“O comunicado está correto no sentido de que é preciso aprovar as reformas, sim. É muito importante que o país continue a trabalhar, a produzir e que as reformas sejam aprovadas. É um recado correto”, disse o ministro. Ele acrescentou que, com os juros próximos de 10% ao ano, depois de já ter ficado em patamar bem mais alto, acima de 14%, é normal que o Banco Central sinalize que pode reduzir o ritmo de cortes.