Economia
Consumo das famílias de Maceió registrou crescimento em dezembro
Após apresentar quedas consecutivas de julho a novembro de 2017, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió encerrou o ano com crescimento em dezembro, conforme aponta a pesquisa desenvolvida em Maceió pelo Instituto Fecomércio de Estudos Pesquisas e Desenvolvimento de Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A elevação acompanha o comportamento pontual do consumidor no final de ano, que aproveita parte do 13º salário para comprar presentes e participar de confraternizações. Apesar desse estímulo festivo, o consumo em dezembro de 2017 não foi superior ao de 2016. “A interrupção da queda do gasto dos consumidores, apresentou um aumento de 2% em dezembro. Mas, no geral, o consumo foi 16,57% abaixo do observado em dezembro de 2016. O ano se encerra com crescimento nacional de quase 1% e inflação observada de 2,95%”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.
De acordo com o especialista, novembro trouxe um crescimento de 0,7% ao varejo brasileiro. Já Alagoas apresentou crescimento de 0.9% no volume de vendas, ficando levemente acima da média nacional. Além disso, o Estado teve um crescimento de 2,6% na receita nominal. “Importante frisar que o crescimento, quando comparado ao mesmo mês do ano passado (nov/17), aponta crescimento de 9,8% nas vendas. E isso já se retirando o efeito sazonal causado pela Black Friday”, observa, acrescentando que este desempenho demonstra que a economia se recupera.
Outro fator que contribuiu para o aumento de consumo foi a queda no desemprego. Apesar de em novembro terem sido fechados 12 mil postos de trabalho no país, quando se compara esse desempenho com os meses de novembro dos últimos cinco anos, este foi o melhor resultado de todos, demonstrando viés de alta e de postos líquidos positivos para os anos seguintes.
Para o economista, é importante ressaltar que, embora o crescimento do consumo tenha sido de apenas 2% no geral, as famílias e consumidores de alta renda voltaram a comprar, aumentando 7,13% o consumo nesse perfil. “Ainda com esse crescimento, o índice não superou o mesmo período de 2016. Na realidade, houve uma queda de 20%, o que nos permite afirmar que a classe média alta sentiu mais a crise, no que diz respeito ao consumo, mas, no período de recuperação, foi a primeira a sair dela”, pondera Felippe.
Confiança
Segundo a pesquisa do Instituto Fecomércio, no geral os consumidores encerraram o ano de 2017 um pouco mais confiantes sobre a manutenção do seu emprego atualmente (0,3%). A confiança é maior entre pessoas das classes médias e altas, pois 9,4% delas acreditam que não perderão seus empregos. Já na classe média baixa, esse desempenho foi negativo: -0,5%.
Quanto às perspectivas profissionais, seja por mudar de emprego, ascender internamente ou receber um aumento de salário, apenas as classes A e B acreditam que conseguirão algo em 2018 (6,3%). Aqueles que pertencem às classes C, D e E não conseguem vislumbrar mudanças.
Quando questionados sobre o poder aquisitivo, todas as classes sociais se sentiram comprando mais em dezembro de 2017; uma melhora de 3,5% no geral. Essa sensação teve como um dos fatores a inflação controlada e abaixo do piso da meta de inflação. “Esse controle inflacionário ampliou o poder aquisitivo sobre produtos alimentícios, dando essa sensação de melhora no poder de compra, ainda que o gás de cozinha e os combustíveis tenham aumentado sensivelmente”, avalia o economista.
Ainda de acordo com a pesquisa, quando observado todos os bens disponíveis para aquisição, os consumidores sentiram que compraram menos do que no ano passado (-0,5%), e, tanto a baixa renda (-0,1%) quanto a alta (-2,4%) sentiram o impacto do aumento de preços em relação a 2016.
“Resta agora esperar que, passado o momento de descontrole, a inflação permaneça baixa e permita, em conjunto com a recuperação dos postos de trabalho e da renda do trabalhador, o aumento do consumo”, estima.
Para os próximos seis meses, a perspectiva é uma elevação de 8,7% no consumo, o que puxa o crescimento da indústria, pois os consumidores sentem que este é o momento ideal para adquirir bens duráveis, ocorrendo uma melhoria de quase 11% no segmento.