Economia
Interdição de terminal no Porto agrava crise das usinas em Alagoas
As usinas do estado estão em plena safra e dependem basicamente das exportações de açúcar para fazer caixa e pagar as contas do dia.
Após vistoria da Auditoria Fiscal do Trabalho em Alagoas, nessa sexta-feira, as operações de carregamento de açúcar em navios no Porto de Maceió foram interditadas. A ação que na prática interditou o terminal açucareiro no Porto de Maceió, foi registrada pelo portal Gazetaweb (http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2018/01/mte-identifica-risco-a-funcionarios-e-paralisa-carregamentos-de-acucar-no-porto_48155.php)
A Empresa responsável pela administração do terminal açucareiro tenta reverter a interdição através de liminar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Alagoas. Enquanto os embarques de navios não forem retomados, a decisão pode agravar ainda mais a situação no setor sucroalcooleiro de Alagoas.
As usinas do estado estão em plena safra e dependem basicamente das exportações de açúcar para fazer caixa e pagar as contas do dia, a exemplo dos salários de trabalhadores e fornecedores. Com uma safra menor – a menor da história – e preços menores no mercado internacional, a queda de faturamento no setor deve chegar a 40%. Algumas usinas já vem apresentando dificuldades para manter pagamento não só dos fornecedores de cana, como também dos salários.
Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, a paralisação da operação do terminal agrava o quadro de dificuldades no setor sucroalcooleiro de Alagoas, por duas razões – as empresas, além de deixar de receber pelo açúcar exportado, terão que pagar taxas maiores para manter os navios parados.
“As usinas só recebem o pagamento pelo açúcar depois que ele é embarcado. Sem embarque, não recebem o dinheiro, que fará muita falta num momento crítico como o atual. O pagamento do açúcar vem sendo utilizados para pagar trabalhadores, fornecedores, prestadores de serviços, ou seja para atividades essenciais à manutenção das indústrias em operação”, aponta Pedro Robério Nogueira.
O outro problema, segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, é que no momento existe de 4 a 5 navios sem operar, ao largo do Porto de Maceió, esperando para carregar açúcar. “Sem operar, além de não receber o dinheiro pela venda do açúcar, as empresas tem que pagar por demurrage, um custo muito alto, previsto em contratos para caso de atraso nos embarques”, aponta.