Economia
Contas públicas tem segundo pior agosto da história
As contas públicas apresentaram déficit primário de R$ 19,7 bilhões no mês passado, o segundo maior rombo para meses de agosto da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997.
O rombo é 87,3% maior do que o resultado de agosto de 2017. O maior deficit para o mês foi o agosto de 2016 (R$ 20,3 bilhões). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro.
O resultado primário é resultado de receitas menos despesas antes do pagamento de juros.
Os dados mostram que as receitas líquidas do governo tiveram uma queda real (descontada a inflação) de 3,1% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2017, ficando em R$ 92,4 bilhões.
Já as despesas totalizaram R$ 112,1 bilhões, crescimento de 5,9% na mesma comparação.
Os números se referem às contas do governo central, que incluem os resultados do Tesouro, do Banco Central e da Previdência.
No acumulado do ano, o déficit primário é de R$ 58,5 bilhões, o terceiro pior resultado da série histórica, com exceção de 2016 e 2017.
META FISCAL
Em 12 meses terminados em agosto, o resultado primário é negativo em R$ 97,6 bilhões.
Neste ano, a meta fiscal estabelecida pelo governo é de um déficit de R$ 159 bilhões, mas o Tesouro estima que entregará um rombo de R$ 150,8 bilhões.
A projeção do Tesouro para o resto do ano, ou seja, para o período entre setembro e dezembro, é de um déficit de R$ 92,2 bilhões, R$ 54,7 bilhões a mais de rombo do que o mesmo período do ano passado.
A razão para essa piora, segundo o órgão, é o crescimento dos gastos com Previdência e pessoal, o subsídio para a redução do preço do diesel e o aumento de despesas que não ocorreram nos primeiros oito meses e que foram reprogramadas para o final do ano.
EMPOÇAMENTO
O Tesouro divulgou também o "empoçamento" do Orçamento, ou seja, recursos disponíveis para os ministérios mas que as pastas não conseguem executar por causa de dificuldades burocráticas de execução.
Em agosto, esse valor total que não conseguiu ser executado atingiu R$ 12,8 bilhões, e os ministérios mais afetados foram Saúde, Defesa, Educação e Justiça, de acordo com o órgão. Com informações da Folhapress.