Economia
80 mil consumidores de Maceió estão com contas em aberto
Expectativa de saque do FGTS pode alívio na inadimplência da capital alagoana
Apesar do consumo das famílias ter registrado aumento na capital alagoana, em junho, o nível de endividamento dos consumidores ficou estável, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o levantamento, a variação no número de endividados entre maio e junho foi sutil, com a entrada de 420 pessoas no quadro de endividados, o que em termos percentuais simboliza 0,21% do universo geral de endividados, indicando uma estagnação. “Um ponto positivo foram as reduções do contingente de indivíduos endividados com contas em atraso e daqueles em situação de inadimplência. O primeiro grupo observou redução de 16,26%, na variação mensal; e o segundo, redução de 10,42%”, pondera Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
Na análise do economista, mesmo ocorrendo uma redução de 745 postos de trabalho entre janeiro a maio, na capital, e de 6.171 na microrregião de Maceió, os consumidores com renda optaram por um consumo mais consciente. Assim, aqueles que já inseridos no quadro de endividados buscaram pagar as contas em dia e sair da inadimplência.
O valor de 66,2% dos consumidores economicamente ativos endividados representa, entre as capitais, que Maceió está cerca de 1% acima dos valores médios obtidos de outras regiões. Além disso, a capital está acima da média no quadro de endividados com contas atrasadas e inadimplentes acima da média, com 5,5% enquanto nas demais capitais do país a média é de 2%.
Dados
Assim como em meses anteriores, em termos de criação de dívidas financeiras o principal instrumento financeiro utilizado pelos consumidores foi o uso dos cartões de crédito (89,6%), seguido pelos carnês de loja (14,7%) e pelo o financiamento de casas (4,3%).
Dos cerca de 80 mil consumidores que estão endividados e com contas em atraso, cerca de 40,5% declararam ter outro membro da família na mesma situação. Para 59,3%, isso não ocorre. Já para os 43 mil moradores da capital que estão em situação de inadimplência, apenas 14,5% indicaram que conseguirão sair dessa condição integralmente; 13,9% demonstraram que sairão parcialmente, pois farão acordo para pagamento mensal da dívida; e 57,8% ainda não terão condições de saírem dessa situação no mês de junho.
Em termos de pagamento em atraso, o tempo médio de 77,6 dias para a quitação. E mais de 68,1% dos endividados com contas em atraso possuem alguma dívida não paga há mais de 90 dias, configurando situação de inadimplência. O tempo médio que os endividados da capital mantém uma dívida é de 6,2 meses, com comprometimento médio da renda é de 21,7%. “Número muito saudável. E com a expectativa de saque do FGTS para contas ativas, talvez o quadro de endividamento, contas em atraso e inadimplência dê um breve recuo até o final do ano”, observa Felippe.