Economia
Nos EUA, preço do barril de petróleo fecha em nível negativo pela 1ª vez na história
Investidores estão pagando para se livrar dos contratos futuros de compras
A queda no consumo e os estoques altíssimos provocaram uma situação histórica no mercado americano de petróleo. Investidores estão pagando para se livrar dos contratos futuros de compras.
O petróleo é chamado de "ouro negro" e principal fonte de renda de diversos países, mas nessa segunda (20) ocorreu um fato inédito. O preço do barril do tipo de petróleo mais produzido nos Estados Unidos, conhecido pela sigla WTI, foi para o patamar negativo. Esse preço que parece ferir a lógica só vale até esta terça (21), quando os contratos expiram, e só se aplica ao petróleo com data de entrega no mês que vem.
Quem tinha um contrato de petróleo WTI, com vencimento em maio, em vez de receber, ofereceu US$ 37 dólares por barril, cerca de R$ 200, para se livrar do produto.
Segundo a agência de notícias Reuters, há 160 milhões de barris de petróleo em navios-tanque. Isso é 60% a mais que no auge da crise de 2008.
A capacidade de armazenamento, principalmente do óleo americano, está, segundo analistas, perto de se esgotar e, por isso, essa situação atípica no custo do barril para entrega a curto prazo.
Outros tipos de petróleo e contratos de entrega para médio prazo também caíram por falta de compradores. O WTI de junho está sendo cotado a pouco mais de US$ 20, positivo. Não se vê um preço assim há mais de 20 anos.
O valor baixo reflete a incerteza dos investidores em o que fazer com um barril de petróleo no curto prazo. Arábia Saudita, Rússia e outros países já reduziram a produção em quase 10 milhões de barris diários para tentar aliviar o excesso no mercado. Mas a previsão é de que, só no mês de abril, a crise do coronavírus possa provocar uma queda de quase 30 milhões de barris no consumo diário de petróleo em todo o mundo.