Economia
Em análise: alagoanas relatam dificuldade para receber auxílio emergencial
Mulheres contaram que estavam fazendo planos com os 600 reais
O auxílio emergencial liberado pelo governo para ajudar no período de pandemia ainda não foi pago a muitos alagoanos. Fazendo planos com os R$ 600, duas mulheres contaram ao Cada Minuto que até refizeram o cadastro, mas que o pedido ainda consta em análise. Até sexta-feira (08), 12 milhões de pessoas apareciam com dados inconclusivos e tiveram que refazer o pedido.
Ane Cardoso, 30 anos, está desempregada desde março. Ela contou que trabalhava como promotora de vendas e estava de licença-maternidade, mas que pediu demissão e não recebeu nada. Ane tem dois filhos, um de seis e uma bebê de cinco meses.
“Eu ganhava R$ 900 e só tinha um filho. Mas aí eu engravidei, e o meu filho mais velho ficava com minha sogra, só que ia ficar muito pesado minha sogra ficar com dois netos”, disse.
Por causa da sobrecarga, Ane sabia que não compensava pagar uma creche com o valor que recebia. “Ia ser o dinheiro inteiro para pagar a creche”.
Ane disse que fez o cadastro para receber o auxílio emergencial, mas que foi negada com um tempo. “Alegaram que eu tinha emprego informal. Eu fui até na Caixa e me informaram que eu não tinha direito porque trabalhei de carteira assinada até março. Mesmo assim eu tentei novamente, mas ainda está em análise. Além disso, o INSS não passou como se eu tivesse sem trabalhar”, explicou Cardoso.
Com dois filhos e o esposo que é taxista, Ane disse que estava contando com o valor do auxílio para “se virar até a pandemia passar”. “Eu pretendia viajar para Caruaru para comprar umas roupas e começar a vender. Mas os planos foram por água baixo”.
Elidiane dos Santos olha diariamente o aplicativo para saber se foi aceita no auxílio. Mas consta apenas o em análise. “Eu fiz assim que começou o cadastro, mas depois fui negada porque alegaram que estava com os dados incorretos. Refiz e nada”.
A alagoana vende quentinhas e é dona de casa. Segundo ela, o auxílio de R$ 600 deve ajudar a ela, ao esposo e aos filhos. “O movimento com relação às vendas das quentinhas caiu demais. Os R$ 600 ia quebrar um galho já que as contas não pararam de chegar, né?”.
A esperança da dona de casa é que, em breve, o auxílio seja aceito. “Essa pandemia nos pegou de surpresa e não tínhamos nenhum dinheiro guardado. Agora eu espero que esse dinheiro seja liberado para ajudar a minha família”.
Erros de cadastro e preenchimento
Segundo a Caixa, os principais erros que levam ao problema de "dados inconclusivos" são:
marcação como chefe de família sem indicação de nenhum membro;
falta de inserção da informação de sexo;
inserção incorreta de dados de membro da família, tais como CPF e data de nascimento;
mais de uma pessoa realizar cadastro e houver divergência nos dados entre eles;
cadastro por mais de duas pessoas do mesmo grupo familiar;
inclusão de alguma pessoa da família com indicativo de óbito;
se regularizou ou atualizou os dados do CPF recentemente, deve aguardar pelo menos três dias para tentar novamente.