Economia
Concessões de crédito recuaram e juros caíram no mês de maio
Empresas e famílias conseguiram R$ 289 bi em empréstimos
Os juros cobrados pelos bancos recuaram em maio, enquanto as novas concessões de crédito caíram, informou hoje (26) o Banco Central (BC), ao divulgar as Estatísticas Monetárias e de Crédito.
Empresas e famílias conseguiram empréstimos de R$ 289 bilhões dos bancos em maio. Na série com ajuste sazonal, houve redução de 3,3% em relação a abril, resultado das variações de menos 6,1% para as empresas e de 1% para as famílias. No acumulado do ano, comparado ao mesmo período do ano anterior, as concessões totais cresceram 7,6%, refletindo a elevação em pessoas jurídicas, 17,7%, e a queda em pessoas físicas, de 0,9%.
Empresas
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que o capital de giro correspondeu a cerca de um terço do crédito livre para as empresas. Ele acrescentou que as empresas têm acessado essa linha “como uma forma de obter recursos para os desafios que serão enfrentados nos próximos meses”, em meio à crise gerada pela pandemia da covid-19.
Em maio, as concessões de capital de giro chegaram a R$ 33,180 bilhões, menor do que o valor registrado em abril de R$ 44,769 bilhões, mas acima dos recursos liberados pelos bancos em maio de 2029, de R$ 18,670 bilhões.
“O crescimento de capital de giro atende às necessidades das empresas, porque o aumento das concessões, mês a mês, mostra que elas estão acessando [essa modalidade de crédito]. Mas muito provavelmente não atende toda demanda das empresas”, disse Rocha.
Saldo
O estoque de todas as operações de crédito do sistema financeiro ficou em R$ 3,595 trilhões em maio, aumento de 0,3% em relação a abril, em decorrência da expansão de 0,7% na carteira de pessoas jurídicas, com saldo de R$ 1,566 trilhão, e da estabilidade no saldo de pessoas físicas de R$ 2,029 trilhões. No ano, o saldo do crédito cresceu 3,4% e em 12 meses, 9,3%.
As modalidades de empréstimos são divididas em dois tipos: o crédito livre e o direcionado. No caso do crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
Taxas de juros
A taxa média de juros para as pessoas físicas no crédito livre chegou a 42,7% ao ano, queda de 1,9 ponto percentual em relação a abril. Já a taxa média das empresas ficou em 14,2% ao ano, redução de 1,5 ponto percentual na comparação com o mês anterior.
A taxa do crédito pessoal chegou a 80,9% ao ano, com recuo de 5,5 pontos percentuais em relação a abril. Os juros do crédito consignado caíram 0,1 ponto percentual para 20% ao ano. A taxa do cheque especial chegou a 117,1% ao ano, queda de 2,5 pontos percentuais em relação a abril. Os juros médios do rotativo do cartão de crédito chegaram a 303,4% ao ano, com queda de 10,3 pontos percentuais.
No caso do crédito direcionado, a taxa média tanto para as empresas quanto para pessoas físicas ficou em 7,3% ao ano, com aumento de 0,2 ponto percentual em relação a abril para as empresas e recuo de 0,1 ponto percentual para as pessoas físicas.
Inadimplência
A inadimplência, considerados atrasos acima de 90 dias, para empresas e famílias, ficou estável em maio. O índice ficou em 5,5% para as pessoas físicas e 2,4% para as empresas, no caso do crédito livre. No crédito direcionado, a inadimplência recuou 0,3 ponto percentual para as famílias, ficando em 2,1%. E para as empresas, manteve-se em 2,1%.