Economia

Em cinco meses, desemprego cresce 31,9% em Alagoas

Durante a pandemia 45 mil alagoanos entraram para o grupo de desempregados, diz IBGE

Por Gazetaweb, com FolhaPress 26/10/2020 15h03
Em cinco meses, desemprego cresce 31,9% em Alagoas
Foto: reprodução

Em cinco meses, contados de maio a setembro, o desemprego avançou 31,9% em Alagoas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira (23) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID-19). 

Os números mostram que, durante esses cinco meses, 45 mil alagoanos entraram para o grupo de desempregados, que totaliza 186 mil pessoas no Estado. De acordo com os dados, a taxa de desemprego em Alagoas ficou em 16,6% em setembro. Em maio ela era de 12,7%, um avanço de 3,9 pontos percentuais. 

A taxa aferida em Alagoas está acima da nacional, que ficou em 14% em setembro. De acordo com o IBGE, o Brasil tem 13,5 milhões de desempregados. Em relação à ocupação, o Estado totalizou 937 mil pessoas ocupadas no últimos mês de setembro, nove mil a mais que em agosto. 

Esse movimento evidencia uma desaceleração na retomada da ocupação, que tinha somando de julho para agosto, mais 19 mil pessoas. O mês com menos pessoas ocupadas em Alagoas foi julho, quando 909 mil estavam nessa condição. Em maio, primeiro mês da pesquisa, o total de pessoas ocupadas em Alagoas era de 969 mil pessoas, 32 mil a mais que em setembro.

AFASTAMENTO

A pesquisa mostra ainda que Alagoas tem o quarto maior percentual do Brasil e primeiro do Nordeste, de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, com 5,8%. Em números absolutos, 54 mil alagoanos estavam nessa condição em setembro. 

Comparado com maio, o afastamento devido ao distanciamento social recuou 75,1% no Estado. Naquele mês eram 217 mil trabalhadores alagoanos afastados por este motivo. Na passagem de agosto para setembro a redução foi de 28,9%, quando 22 mil pessoas em Alagoas saíram dessa situação. De acordo com o IBGE, o Acre foi o estado que apresentou a maior proporção de pessoas ocupadas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, 9,8%. 

Segundo o instituto, todas as unidades da federação registraram quedas neste quesito em setembro, frente a agosto. Um dado que, segundo o IBGE, é um reflexo da retomada gradual das atividades foi o segundo aumento consecutivo do número de horas efetivamente trabalhadas, no âmbito nacional e nas cinco grandes regiões: o número de horas efetivamente trabalhadas na semana de referência foi de 35,1 horas. 

Em Alagoas, desde maio que esse número aumenta em Alagoas. Saiu de 24 hora semanais para 33 horas em setembro. Em setembro os alagoanos trabalharam, em média, 2 horas a mais que em agosto. Segundo a pesquisa, este número é maior entre os homens. Para eles foram 35 horas efetivamente trabalhadas por semana no mês passado, frente 28 horas para elas.

MULHERES E NEGROS

Segundo o IBGE, mulheres, negros, jovens e nordestinos estão entre os mais atingidos pelo recorde de desemprego registrado em setembro, segundo dados da Pnad Covid. Para especialistas, a aceleração do desemprego está ligada à redução e iminente fim do auxílio emergencial e à volta das pessoas à busca por emprego, com o relaxamento da quarentena. 

Ao atingir mais duramente os grupos já historicamente mais vulneráveis, o desemprego provocado pela pandemia deve agravar a desigualdade no país, avaliam os analistas. A taxa de desemprego subiu de 13,6% em agosto para 14,0% em setembro, a maior da série histórica da Pnad Covid, com 13,5 milhões de desocupados. 

O IBGE só considera como desempregados pessoas que estão efetivamente em busca por trabalho, por isso o avanço da taxa foi amenizado no início da pandemia devido às medidas de isolamento e ao auxílio emergencial. Entre as mulheres, a taxa de desocupação chegou a 16,9% em setembro, maior que a dos homens (11,8%). 

Há uma aceleração no desemprego feminino. Em agosto, a taxa de desocupação entre as mulheres era de 16,2% e a dos homens, de 11,7%. Em maio, primeiro mês de realização da pesquisa, os percentuais eram de 12,2% e 9,6%. Assim, desde o início do levantamento, o desemprego entre mulheres cresceu 4,7 pontos percentuais, comparado a avanço de 2,2 pontos da desocupação entre os homens. Com informações da Folhapress.