Economia
Vendas online desperta expectativas nas vendas de natal
Faturamento de lojas pode subir 3,4%, diz a CNC
As vendas do Natal 2020 devem ter uma alta de 3,4% em comparação com o de 2019, informou hoje (15) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ela aponta as vendas online como o principal impulso para chegar a esse resultado.
A previsão é uma revisão da expectativa anterior, que era de um aumento de 2,2% nas vendas em relação ao ano passado. Se confirmado, o crescimento das vendas em 2020 será o maior desde 2017.
A CNC espera que as vendas pela internet no período de Natal tenham um aumento de 64% em relação ao ano passado, acompanhando a tendência de crescimento vista ao longo de 2020. Entre o início da pandemia em março e o mês de setembro, o varejo eletrônico teve um aumento de 45% no volume de vendas, e o número de pedidos cresceu 110% na comparação com 2019.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, disse que, a despeito da conjuntura adversa, o Natal deve trazer alguma recuperação ao setor, mas prevê que 2021 terá "um cenário difícil, de lenta recuperação".
Vagas temporárias
Enquanto as vendas devem subir impulsionadas pelo e-commerce (comércio eletrônico), a geração de vagas de trabalho temporárias deve cair 20% em relação a 2019, com 18 mil postos a menos.
A CNC aponta que a cesta composta por 214 bens e serviços mais consumidos nesta época do ano mostra que os valores medidos através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentam avanço médio de 9,4% nos 12 meses encerrados em novembro. Se esse ritmo de reajuste for mantido, o Natal de 2020 apresentará a maior alta de preços desde 2015, com aumento 11%.
A desvalorização do Real é encarada como a principal razão para a queda de 16,5% nas importações de produtos tipicamente natalinos no trimestre encerrado em novembro, na comparação com os mesmos meses de 2019. A única categoria de produto que não teve queda de importação foi a de bebidas.
Já os alimentos estão entre os produtos natalinos mais impactados pela desvalorização cambial, que chega a 32,3% nos 12 meses finalizados em novembro, segundo a CNC.
A confederação cita dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para apontar que o valor desses produtos no Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a inflação nos preços praticados pelos produtores, teve alta de 36% nos 12 meses encerrados em outubro. No mesmo período, a inflação ao consumidor final teve alta de 12% para os mesmos produtos, o que comprime as margens do varejo.