Economia

Único terminal para estocar açúcar no Porto de Maceió será leiloado

Produto representa mais de 30% de toda a movimentação do complexo portuário da capital

Por Redação com Jornal Extra 22/12/2020 15h03
Único terminal para estocar açúcar no Porto de Maceió será leiloado
Área que será arrematada no Porto de Maceió em 2021 | Foto: Divulgação

O governo federal anunciou para 2021 mais um leilão no complexo portuário de Maceió. O terminal MAC13, cujo projeto de concessão foi encaminhado no dia 25 de agosto ao Tribunal de Contas da União (TCU), deve colocar a área à disposição da iniciativa privada ainda no primeiro semestre do próximo ano. 

De acordo com o Plano Mestre (do Programa de Parcerias de Investimento - PPI), em 2017 foram movimentadas cerca de um milhão de toneladas de açúcar no Porto de Maceió, representando 37% de participação relativa na movimentação do complexo. No cenário atual, o terminal MAC13, que inclui os galpões de armazenamento com capacidade para estocar 180 mil toneladas, é o único a operar esse tipo de carga no Complexo Portuário de Maceió, absorvendo 100% da demanda macro. O arrendamento com a empresa vencedora do leilão é por 25 anos. 

O governo também prevê a privatização de outros dois terminais: MAC 11 e MAC 12, com previsão para negociação no segundo semestre de 2021.

Na última sexta-feira, 18 de dezembro, o governo entregou o terminal de granéis líquidos do Porto de Maceió, que completou 80 anos de funcionamento, à multinacional francesa Timac Agro pela bagatela de R$ 50 mil. O leilão foi realizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, na bolsa de valores de São Paulo, como parte do programa de privatização do governo Bolsonaro. 

A área entregue, MAC10, possui 7.932 m² e é destinada à movimentação, armazenagem e distribuição de granéis líquidos, especialmente ácido sulfúrico. Essa área específica não possui bens a serem incorporados pela empresa, mas terá implantação de tanques e conexão dutoviária até o Berço 7 do Porto de Maceió, com capacidade de 3.321 m³ para armazenamento de ácido sulfúrico.

A privatização do primeiro terminal do Porto de Maceió gerou revolta de organismos sociais, entre eles o partido Unidade Popular, que teve como candidata à Prefeitura de Maceió, a jornalista Lenilda Luna. 

Em suas redes sociais, o presidente estadual do partido, professor Magno Francisco, publicou uma nota de repúdio denunciando que a lista de privatizações para 2021 inclui também o Porto de Santos, o maior e mais lucrativo do Brasil. 

Confira fragmento da nota:

"Na última sexta-feira, 18 de dezembro, o governo Bolsonaro entregou o terminal de granéis líquidos do Porto de Maceió à multinacional francesa Timac Agro pela bagatela de R$ 50 mil. O contrato é de 25 anos. O leilão foi realizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, na bolsa de valores de São Paulo, como parte do programa de privatização do governo Bolsonaro.

A atual estrutura do porto também será privatizada em outros três leilões, que devem acontecer em 2021. O MAC 13, que opera o açúcar e inclui os galpões de armazenamento, está em na fase de acórdão com o Tribunal de Contas da União e terá seu edital publicado ainda no primeiro semestre de 2021. Os demais, MAC 11 e MAC 12, a previsão é o segundo semestre.

O Porto de Maceió completou 80 anos agora em 2020 e é um equipamento estratégico para escoar a produção agrícola e de derivados de petróleo de Alagoas. As atividades portuárias nesse local remontam ao século 19, portanto o porto e o bairro de Jaraguá fazem parte da nossa história."

Sobre as possíveis futuras privatizações, o presidente da UP finaliza em nota: " A lista de privatizações para 2021 inclui inclusive o Porto de Santos, o maior e mais lucrativo do Brasil. Além disso, Bolsonaro mira as companhias elétricas, aeroportos, tecnologia de comunicação, rodovias e até os parques e florestas."