Economia

Federação prevê prejuízo de quase R$ 240 milhões no comércio durante fase vermelha

Fecomércio defende permanência do comércio aberto para que todos superem o impacto econômico

Por Redação com Ascom Fecomércio 17/03/2021 18h06
Federação prevê prejuízo de quase R$ 240 milhões no comércio durante fase vermelha
Centros comerciais estarão fechados sábados, domingos e segundas (Foto: Ailton Cruz)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Alagoas enviou uma nota oficial sobre o retorno do estado à fase vermelha no plano de distanciamento social controlado. Segundo a Fecomércio Alagoas, com as novas restrições do Governo do Estado, o faturamento do comércio pode ter uma queda estimada de 28,57% na receita semanal, representando um prejuízo semanal de R$ 119,6 milhões. Com o período de validade do novo decreto, a queda do faturamento deve se aproximar de R$ 239,2 milhões

Na nota, assinada pelo presidente Gilton Lima, a federação informa que "entende como necessário o esforço coletivo visando evitar o colapso no Sistema Público de Saúde, resguardando vidas, assim como considera importante a preservação das empresas, essenciais para o equilíbrio socioeconômico do Estado, pois geram emprego e arrecadação aos cofres públicos, subsidiando ações nas mais diversas áreas, a exemplo da saúde".

Porém, o impacto econômico previsto pela Fecomércio terá consequências relevantes para o setor produtivo. "O retorno de Alagoas à Fase Vermelha trará um forte impacto econômico. Tendo como referência o faturamento diário do setor terciário no Estado (baseado no Valor Adicionado Bruto (VAB) anual disponibilizado pelo IBGE) e os dados da Receita Federal do Brasil (RFB), Alagoas possuía, em 2020, mais de 143 mil empresas ligadas ao setor de comércio e serviços, gerando um faturamento anual estimado em R$ 21,828 bilhões, o que representa uma receita diária de R$ 59,8 milhões", explica a nota.

Nesse contexto, estima-se que o faturamento potencial do setor de comércio e serviços gira em torno de R$ 418,6 milhões semanalmente. Todavia, com as novas restrições, o comércio em geral deixará de funcionar sete dias por semana para abrir, proporcionalmente, cinco dias. "O impacto é ainda mais relevante  quando se observa que esses setores já vêm de uma sequência de quedas: o setor de serviços teve uma retração de -16,1% entre janeiro de 2020 e de 2021, e o comércio registrou pico negativo de -18,4 no volume de vendas do varejo, em abril de 2020, conforme dados do IBGE", informa a Fecomércio.

Desemprego 
A Fecomércio lembra, ainda, que Alagoas e mais 19 estados do Brasil bateram recorde de desocupação em 2020, registrando as maiores taxas da série histórica desde 2012. As maiores taxas de desocupação foram concentradas em três estados do Nordeste: Bahia, com 19,8%; Alagoas com 18,6%; e Sergipe, com 18,4%.

"Por todo esse contexto, não há dúvidas de que os setores considerados não essenciais serão afetados economicamente, pois muitos estabelecimentos que retornaram ao funcionamento após a paralisação passada ainda sentem os reflexos em suas finanças, acumulando dívidas por empréstimos realizados para conseguirem se manter e voltarem às atividades. Assim, restrições mais severas sem contrapartidas proporcionais poderão comprometer a sobrevivência das empresas", ressalta.

"A Fecomércio defende que a permanência do Comércio aberto é importante para a superação desse momento com o mínimo de consequências negativas possíveis. E volta a afirmar que a luta é coletiva. Autoridades públicas, empresários e consumidores precisam, cada um, fazer a sua parte no enfrentamento à pandemia. São muitas famílias envolvidas, muitos empregos, muitas vidas", revelou a nota.