Economia
Empresários querem dividir prejuízos da pandemia com prefeitos e governadores
Previsões do setor turístico indica demissão de 20 mil trabalhadores
Após um ano dos primeiros casos de covid-19 no Brasil, os empresários sentem cada vez mais o efeito na economia. No turismo, hoteleiros confirmam desemprego no setor.
Segundo a jornalista Clariza Santos, se considerarmos que cada emprego da hotelaria, bares e restaurantes gera mais de quatro indiretamente, as previsões mais otimistas preveem mais de 20 mil demissões na cadeia.
Com base nos danos, os empresários querem dividir os prejuízos tidos na pandemia com os 102 prefeitos e governos federal e do estado.
A hotelaria, bares, restaurantes e fornecedores de serviços operam no vermelho. Em janeiro as empresas ainda sentiam os reflexos da primeira onda da pandemia. Os hotéis registraram a média de 66% de ocupação. Os outros setores seguiram o mesmo percentual.
Sem movimento, os estabelecimentos reduzem a folha salarial. “Turismo não é só bares e restaurantes. É uma cadeia complexa de setores interligados”, disse André Santos. Quando o estado manda reduzir a ocupação de leitos, de clientes e de negócios, os efeitos são negativos, afirmam os proprietários de bares e restaurantes ao destacarem que, “os setores entendem a dificuldade do governo, dos hospitais e eles têm que nos olhar, também. Precisamos construir soluções compatíveis, juntos”.
Negociação
Os empresários iniciaram conversas com os governos estadual e municipais. O relacionamento entre eles permanece aberto. O secretário de estado da Fazenda, George Santoro discute com os empresários na tentativa de apresentar soluções para pagamentos de impostos, de taxas de água, esgoto, energia e manutenção do quadro de funcionários. O mesmo ocorre com as prefeituras.
No ano passado, os hoteleiros demitiram 2,5 mil trabalhadores, na cadeia as demissões passaram de 10 mil. Nos hotéis classificados e associados havia 7,5 mil empregos formais [de carteira assinada] e quase o dobro sem carteira assinada. Entre os setores que sentiram a crise dos hotéis, bares e restaurantes estão os fornecedores, prestadores de serviços de manutenção de equipamentos, lavanderias, panificação, produtos de limpeza entre outros.
Dívidas
Os empresários do topo da cadeia do turismo, este mês, começaram a pagar os empréstimos que pegaram no ano passado para sobreviverem. Surpreendidos com o aumento de casos de contaminados, mortes e pelas medidas restritivas da fase vermelha, André santos, líder dos 82 associados da Abih/AL, avisou ao governador Renan Filho (MDB), que o setor chegou no limite, cobrou política tributária e cancelamento de impostos para evitar a quebradeira geral. No plano federal, foi concedida a carência de mais três meses para pagar os empréstimos do ano passado