Economia

Reitor da Ufal afirma que universidade não irá parar apesar da crise

Previsão é de que o orçamento atual não passe do mês de junho com as contas pagas

Por Redação com Ascom Ufal 13/05/2021 09h09
Reitor da Ufal afirma que universidade não irá parar apesar da crise
Reprodução

A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) está passando por um momento de crise após cortes milionários, algo que preocupa a todos sobre o futuro da universidade. Quanto a isso, o reitor Josealdo Tonholo acredita qua o orçamento atual trará prejuízos irreversíveis, mas a universidade não irá parar de funcionar. 

Tonholo lembra que a instituição já passou por muitas crises, do ponto de vista financeiro e orçamentário, e acredita que, talvez, essa seja uma das maiores já vivenciadas. “Estamos sofrendo e vamos sofrer mais. Teremos muito impacto, muito prejuízo acadêmico, mas vamos continuar funcionando, vamos sobreviver, porque o povo brasileiro e, principalmente, o alagoano, sabem da importância da universidade pública”, afirmou.

E continua: “Não vamos parar. Continuarei afirmando que, enquanto tiver sala com energia elétrica, vamos trabalhar. Se faltar energia, vamos para debaixo da mangueira. Enquanto tiver possibilidade de uso dos equipamentos digitais, continuaremos firmes. Não podemos parar! Vamos continuar trabalhando. Quero acreditar que vamos conseguir sobreviver a essa crise terrível. Prefiro não pensar no que vai acontecer se chegarmos ao limite das nossas forças e recursos”.

Já foram por muitas crises ao longo dos 60 anos de existência da Ufal, mas, na opinião do reitor, do ponto de vista financeiro e orçamentário, talvez essa seja uma das maiores. Com o custeio e o contingenicamento, a expectativa é que o orçamento não passe do mês de junho com as contas pagas. "Em 2020, o orçamento de custeio foi de cerca de R$150 milhões, mas este ano, além do corte de R$42 milhões ainda há os contingenciamentos”, lamentou Tonholo.

O reitor destaca a importância da Ufal não parar, principalmente em um momento de pandemia, quando continua formando bons profissionais e tornando possível a realização de pesquisas importante 

"Estamos trabalhando bastante para manter funcionando a Unidade Covid do Hospital Universitário; estamos fazendo testes de diagnóstico da covid-19 em cidades do interior do Estado e fizemos na capital também, dando apoio ao Laboratório Central de Alagoas (Lacen)”, afirmou o reitor. 

Pesquisadores da Ufal também estão atuando no observatório da Covid que dá diretrizes para gestores estaduais e municipais sobre a questão do distanciamento social, por exemplo. 

Situação lamentável

A Universidade já está sofrendo com o corte de recursos e com o contingenciamento do repasse. Segundo Tonholo, como o orçamento demorou muito para ser liberado e, além disso, nesses quatro últimos meses os valores foram liberados à conta-gotas. “Estamos passando por uma situação lamentável. Chegamos quase na metade do mês de maio e até agora não pagamos nenhuma conta de água, de energia elétrica nem das empresas prestadoras de serviço, de segurança e de limpeza. O cartão para compra de combustível está cortado; o contrato com os Correios foi suspenso e recebemos aviso de corte de energia elétrica da empresa Equatorial. Para completar a situação de dificuldades, a frota de veículos da Universidade está toda com seguro vencido e, portanto, não está podendo rodar para atividades por absoluta falta de seguro”, lamentou Tonholo.

Além disso, o reitor também fala do prejuízo acadêmico, porque em pleno período letivo não presencial, que precisa ter o suporte de alunos monitores, “a Ufal teve de suspender o edital para seleção de bolsistas de monitoria porque o orçamento não tinha previsão para isso. Com isso perdemos cerca de 400 bolsistas de monitoria. E mais: os editais de extensão que envolvem quase 800 estudantes foram bastante prejudicados e nós suspendemos os pagamentos das bolsas e os programas de extensão por absoluta falta de dinheiro”, justificou, completando: “Esse é o momento de toda sociedade alagoana e brasileira e a própria comunidade da Ufal se mobilizarem em favor de uma educação pública, gratuita e de qualidade, que a Ufal sempre ofertou e vai continuar ofertando para o nosso estado”.