Economia
Taxa de desemprego impede a restauração da economia em Alagoas
Interrupção do auxílio emergencial também dificulta a possibilidade de aquecimento econômico
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,2% no primeiro trimestre em comparação com os três meses anteriores, no entanto o país ainda apresenta uma recuperação da economia menor quando comparado às grandes potências. Já em Alagoas, a economista Luciana Caetano avalia que a interrupção do auxílio emergencial e a taxa de desemprego são os principais fatores que impedem a restauração da economia.
“Dada a interrupção do auxílio emergencial no primeiro trimestre e a taxa de desemprego sempre mais elevada nesse período, não há nenhuma sinalização de que tenha havido qualquer recuperação nesse microterritório”, pontua.
A economista analisa que o nível de ocupação em Alagoas estava em 37,9% no primeiro trimestre de 2021, quando o Brasil registrava 48,4%. Com isso, a taxa de desocupação da economia alagoana fica mais elevada no 1º semestre de qualquer ano, dada à sazonalidade setor
Luciana afirma ainda que o argumento usado durante a pandemia pelo atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que “a economia não pode parar” foi um fator importante para a piora da crise econômica no Brasil.
“A opção deliberada de não frear o avanço da pandemia, sob o argumento de que a economia não podia parar, acelerou a disseminação do vírus, exigindo maior investimento no setor de saúde, em caráter de urgência e maior tempo com elevadas taxas diárias de contaminação e óbito”, diz a economista.
Crescimento do PIB
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil cresceu 1,2% no 1º trimestre de 2021, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,048 trilhões.
“O crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre é puxado pelo agronegócio e pelo setor de mineração, em grande medida, voltados à exportação. A indústria de transformação registrou uma queda 0,5% no mesmo período e recuo de 1,3% no mês de abril em comparação a março de 2021, sinalizando o pessimismo do setor e refletindo a elevação do desemprego no 1º trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior (13,9% para 14,4%, segundo IBGE/PNAD Contínua trimestral)”, explica Luciana Caetano.
Para a especialista, outro fator importante é a falta de preparo do ministro da Economia, Paulo Guedes, perante a recuperação da economia.
“O ministro da economia não apresenta nenhum projeto arrojado para recuperar a economia, senão avançar com seu projeto neoliberal de privatizar o que ainda resta do patrimônio público”, crítica.