Economia
Em AL, quase 4 mil postos de trabalho no setor criativo foram fechados no 1º trimestre
Foram 3.969 postos fechados na comparação com o 4º trimestre de 2020
Segundo o Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, divulgado nesta semana, o setor da economia criativa já perdeu 80,4 mil postos de trabalho somente em 2021. Em Alagoas, cerca de 3.969 postos de trabalho no setor foram fechados no 1º trimestre deste ano. A variação de 10% vem da comparação com o 4º trimestre de 2020. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, no entanto e apesar da pandemia, a economia criativa alagoana cresceu 8% e emprega 35.844 alagoanos.
A maior baixa ocorreu no segundo trimestre de 2020, logo depois do fechamento da economia para conter a disseminação do novo coronavírus, quando 8% das vagas, o equivalente a 577 mil postos de trabalho, foram perdidas. Após esse evento, houve uma recuperação no último trimestre do ano passado, porém, o setor, novamente, entrou em declínio. Os dados de 2021 mostram queda de 1%, quando se compara com outubro, novembro e dezembro de 2020, no número de empregos na economia criativa.
O segmento engloba o mercado criativo (artesanato, artes cênicas, artes visuais, cinema, música, fotografia, rádio, TV e museus e patrimônio); de apoio, cujas ocupações não são consideradas criativas (contadores, advogados etc.), que prestam serviços ao setor cultural; e incorporados, ou seja, trabalhadores criativos que atuam em outros setores da economia (publicidade, arquitetura, moda, design, produção editorial etc.). A maior queda ocorreu entre os trabalhadores especializados, cujos postos de trabalho foram reduzidos em 27%.
A retração apontada pelo Observatório ocorre após a economia criativa ter registrado alta nos indicadores nos dois últimos trimestres do ano passado. Na análise de Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, o crescimento não foi mantido por causa do ritmo lento com que o país está vacinando a população contra o novo coronavírus. “A indústria criativa foi impedida de seguir em retomada, o que resultou na queda de empregos, causando um revés na recuperação verificada nos dois últimos trimestres do ano passado”, pontua.
Dados regionais
No recorte regional, Rio Grande do Norte (-24%), Paraíba (-15%), Mato Grosso (-15%), Espírito Santo (15%) e Amazonas (-15%) aparecem como os estados mais atingidos pela crise; na outra ponta, Piauí (+49%) e Roraima (+24%) figuram entre os maiores aumentos do período. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais seguem representando cerca de 50% do total de postos do país.
Eventos tradicionais, como o Carnaval e as festas de São João, no Nordeste, não puderam ser realizados por causa do aumento do número de casos de Covid-19 no Brasil ao longo de 2021.