Economia
AL: ICMS tem forte alta em junho, mas secretário da Fazenda não comemora
George Santoro explica que apesar do efeito positivo num primeiro momento, a alta de preços é preocupante
Nos cinco primeiros do ano, a Sefaz-AL conseguiu um desempenho positivo na receita do ICMS. Em janeiro, foram arrecadados R$ 482,007 milhões (alta de 16,79%), já em fevereiro R$ 427,8 milhões (16,28%), março com R$ 394,8 milhões (18,95%). Em abril, o ICMS chegou a R$ 414,2 (42,98%) e em maio, foi registrado um dos maiores desempenhos da história, com arrecadação de R$ 412,3 milhões e variação positiva de 36,77%
Pelo terceiro mês consecutivo, o ICMS apresentou um desempenho acima do “normal”. Em junho, o volume arrecadado chegou a R$ 408,4 milhões, segundo menor do ano, com variação de 36,77% na comparação com igual mês do ano anterior. O desempenho, mesmo ficando abaixo de maio e abril, está acima da inflação e acima da média anual.
O resultado de junho se refletiu positivamente no acumulado do ano. Nos seis primeiros meses de 2021 ano o volume de ICMS arrecadado em Alagoas chegou a R$ 2,53 bilhões, quase R$ 600 milhões a mais do que os R$ 1,94 bilhão arrecadados entre janeiro e junho de 2020. É como se o Estado tivesse este ano um “mês” e meio a mais de arrecadação. O crescimento nominal foi de 30,37%.
Segundo informações veiculadas pelo blog do jornalista Edivaldo Júnior, o secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, explicou que todos os setores da economia tiveram bom desempenho na arrecadação de junho: “cresceu bem em todos os setores”, mas ponderou que “a expectativa é que vá diminuindo (o desempenho) aos poucos”.
Outro fator que deve ser avaliado é a base de comparação. Junho de 2020 foi um mês de baixa arrecadação, em função das restrições impostas em função da pandemia.
George Santoro avalia que outro fator que contribuiu para o forte crescimento da receita de ICMS foi a inflação: “estamos vivendo agora um momento de reajuste de preços. A inflação tem provocado uma elevação grande da arrecadação provavelmente. A gente está vendo os preços todos crescendo muito. Na construção civil, todos os segmentos têm tido uma elevação de preços bem substancial”, aponta.
O secretário da Fazenda explica que apesar do efeito positivo num primeiro momento, a alta de preços é preocupante: “como a arrecadação virou uma coisa pouco antecedente, a gente já percebe bem isso na arrecadação (a inflação). Isso está bem claro. Não está acontecendo só em Alagoas. Está acontecendo no país inteiro, inclusive na Receita Federal”.
“Na verdade esse ganho expressivo de arrecadação é uma corrosão da inflação. Infelizmente o Brasil está passando por um momento difícil. Nosso índice de inflação está em quase 9% em 12 meses, com sinais de indicador de duração continuada. É isso que tem levado o Banco Central a aumentar a taxa de juros. E isso acaba refletindo um pouco na arrecadação”, explica Santoro.