Economia
Alta nas vendas do comércio em AL é reflexo da vacinação, avalia Fecomércio
No último fim de semana, Alagoas alcançou a marca de 2 milhões de doses enviadas pelo Ministério da Saúde
O avanço da vacinação, principalmente entre o público mais jovem e economicamente ativo, já começa a trazer reflexos para a economia de Alagoas. Esta é a avaliação feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) após o estado registrar a segunda maior alta do Nordeste no volume de vendas do comércio, perdendo apenas para o Ceará. No último fim de semana, Alagoas alcançou a marca de 2 milhões de doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada na quarta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que após queda de -2,3%, registrada em abril, o volume de vendas do comércio varejista de Alagoas apresentou, em maio, uma alta de 5,5%, na comparação com o mês anterior. O resultado é superior à média nacional, que aponta para um crescimento de 1,4% no país.
Nos últimos doze meses, as vendas do setor acumulam um ganho de 3,9% no estado, enquanto que em 2021 o crescimento é de 5,2%. No mês de maio, Alagoas obteve o sexto melhor resultado do País, ficando atrás de Amapá (23,3%), Ceará (9,4%), Minas Gerais (9,2%), Acre (6,4%) e Tocantins (6,2%), registrando o segundo maior crescimento da região nordeste.
Para o presidente da entidade, Gilton Lima, dentre outros fatores, o crescimento nas vendas é um reflexo do aumento da flexibilização das restrições de funcionamento impostas ao segmento, conquistada por meio das reivindicações do setor produtivo. “Com o avanço da vacinação, alcançando um público mais jovem e economicamente ativo, tanto trabalhadores quanto consumidores são beneficiados, o que permite maiores flexibilizações, e, naturalmente, tem como consequência a retomada do consumo”, observou.
Segundo o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, os dados de maio apontam para uma trajetória de retomada e recuperação econômica dos setores mais afetados pelas medidas restritivas provocadas pelo cenário de pandemia. “Uma tentativa de explicação desse cenário positivo parte da visão de conformação de um contexto favorável, alcançado com a plena atividade das políticas sociais do governo federal, como o auxílio emergencial e o BEm [Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda], que tem proporcionado liquidez e estabilidade”, observou.
Com a consolidação do quadro de abrandamento das medidas de isolamento social, decorrente do avanço da vacinação no país, Hortencio estima que, no médio prazo, as vendas do varejo devem seguir reagindo de maneira positiva. O raciocínio do assessor econômico corrobora com as estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que revisou de 3,9% para 4,5% a sua previsão para o volume de vendas do comércio varejista em 2021.
Além disso, o momento vivenciado pela produção industrial, que tem impacto direto no desempenho do comércio varejista e na economia como um todo, também aponta para um cenário de retomada. Segundo o IBGE, na comparação com abril, o setor cresceu, em maio, 1,4%, interrompendo uma trajetória de três meses de queda.
De acordo com o IBGE, o crescimento das vendas do setor no país foi acompanhado por sete das oito atividades comerciais pesquisadas. As maiores variações foram percebidas em segmentos considerados não essenciais, que têm sido fortemente impactados desde o início da pandemia de Covid-19, com destaque para tecidos, vestuários e calçados (16,8%); combustíveis e lubrificantes (6,9%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%).
A pesquisa também registrou crescimento nas vendas do quinto mês do ano em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (3,3%); livros, revistas e papelaria (1,4%); hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,0%); e móveis e eletrodomésticos (0,6%). A única atividade que obteve queda no volume de vendas foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,4%).