Economia
Novo plano orçamentário do governo prevê mais investimentos em energia elétrica
Risco de apagão levou governo a aumentar investimentos no setor
O governo apresentou o Projeto de Lei Orçamentária apontando para onde irá cada recurso no próximo ano. Os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovações ganharam mais recursos para investimentos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022. Neste ano, a Defesa tem uma dotação de R$ 7,1 bilhões e no projeto deve ganhar R$ 8,3 bilhões, uma diferença de R$ 1,2 bilhão. Já a Ciência passa de R$ 231 milhões para R$ 723 milhões, quase três vezes mais.
Porém nem todos ganharão mais recursos. É o caso dos ministérios da Saúde e de Desenvolvimento Regional, que são os que mais perdem na nova proposta apresentada pelo Executivo. Os investimentos em Saúde caíram, saindo de R$ 4,9 bilhões, neste ano, para R$ 2,1 bilhões no ano que vem, menos da metade. Já o Desenvolvimento Regional vai de R$ 9,6 bilhões para R$ 2 bilhões, uma grande diferença de R$ 7,6 bilhões.
As perdas destas duas pastas são ainda maiores quando comparadas à dotação de 2020, quando o Desenvolvimento Regional teve R$ 11,9 bilhões e a Saúde, R$ 6,2 bilhões em investimentos.
Parte desses recursos deve ser reposta por emendas parlamentares, que no geral costumam privilegiar estas duas pastas, especialmente a Saúde, que costuma receber 50% dos recursos para emendas individuais. O projeto de Orçamento para 2022 reservou R$ 10,477 bilhões para emendas de deputados e senadores e R$ 5,647 bilhões para emendas de bancadas estaduais.
Programas
O levantamento, feito pela Consultoria de Orçamento da Câmara com base nos dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), leva em consideração apenas os investimentos do orçamento fiscal e da seguridade. Já na comparação entre programas que levam em conta investimentos das estatais, as maiores perdas estão no Petróleo, Gás, Derivados e Biocombustíveis.
O projeto de lei aprovado pelo Congresso para este ano aponta que o setor recebeu R$ 124,5 bilhões, mas na proposta do Executivo para o ano que vem receberá só metade, R$ 72,6 bilhões. Um programa que também perdeu investimentos foi a Aviação Civil, que teve R$ 523 milhões neste ano, mas receberá apenas R$ 76,3 milhões no ano que vem.
A crise energética segue sendo uma ameaça, e por conta disso os investimentos em Energia Elétrica vão aumentar de R$ 7 bilhões neste ano para R$ 11 bilhões no ano que vem, uma diferença de R$ 4 bilhões. Já o programa Conecta Brasil, dos Correios, quase que dobrou, passando de R$ 48,8 milhões para R$ 85,1 milhões.