Economia
Enquanto agronegócio demite, Amazônia Legal contrata, aponta pesquisa
Estudo de pesquisadores da PUC-Rio do projeto Amazônia 2030 mapeia a ocupação na região, que está concentrada nas cidades
Um mercado de trabalho sustentado pelos serviços públicos e privados é assim que as pesquisas mostram a situação nas cidades que formam a Amazônia Legal, uma região que reúne 772 municípios distribuídos pelos estados de Rondônia, Acre, Amazona, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. A agropecuária, na contramão, vem cortando vagas. O retrato faz parte do projeto Amazônia 2030, que se propõe a preparar um plano de ação para desenvolvimento humano na região.
Segundo o economista Gustavo Gonzaga, professor da PUC, uma das quatro entidades que formam o projeto, o dinamismo econômico está concentrado nas cidades, com os serviços como o setor que mais emprega e o que tem mais crescido. Em oito anos, a ocupação cresceu 28,3%, enquanto na agropecuária caiu 16%.
"Enquanto o emprego em geral subiu 5% em oito anos, na agropecuária caiu bem. As áreas desmatadas destinadas a pastagens aumentaram, mas não estão gerando emprego. Os setores que sustentam a ocupação são o público e os serviços, nas cidades", explica Gonzaga, que conduziu a pesquisa juntamente com Francisco Cavalcanti e a demógrafa Flávia Alfenas, todos da PUC-Rio.
Informalidade alta
Em estudo anterior, os pesquisadores já haviam mostrado que a informalidade é bem maior na Amazônia: enquanto na média brasileira, alcança 40% dos trabalhadores, lá, atinge 60%.
Mas o aumento do emprego no setor de serviços veio junto com a queda do salário. A renda que já era baixa caiu 6% no período, ficando em R$ 1.426, abaixo da média dos ocupados, diante da alta informalidade de 63,4%.