Economia
Falas de Guedes sobre mudanças no teto de gastos faz dólar disparar chegando a R$ 5,67
Mercado reage com forte aversão aos indicativos de quebra da regra fiscal para bancar Auxílio Brasil
Em repercussão à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre mudança no teto de gastos para arcar comas parcelas do Auxílio Brasil,os indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta quinta-feira, (21). A regra que determina os custos da União ao Orçamento do ano anterior, mais a inflação, é vista como a principal âncora fiscal do país e uma espécie de garantia de controle das contas públicas. Por volta das 11h10, o dólar operava com alta de 1,32%, cotado a R$ 5,635. Na maior cotação, o câmbio chegou a bater R$ 5,675, a mais alta nos últimos seis meses, enquanto a mínima não passou de R$ 5,623.
A reação dos investidores foi com forte aversão aos anúncios do governo federal na véspera sobre o futuro do Auxílio Brasil, o programa de
transferência de renda feito pelo governo federal para substituir o Bolsa Família. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que as mensalidades do novo benefício seriam de R$ 400 e que o governo iria respeitar o teto de gastos. No início da tarde, o ministro da Cidadania, João Roma,reiterou o valor do benefício e confirmou que o programa irá começar em novembro, com aproximadamente 17 milhões de famílias inscritas. O responsável pela área social do governo também disse que a medida seria limitada pelas regras fiscais.
Já Guedes afirmou que o pagamento de R$ 400 é temporário e que o governo estuda mudanças no teto de gastos para comportar as parcelas.Citou duas formas para arcar com os recursos. Sendo uma das opções a antecipação do prazo de revisão do teto de gastos com a mudança no índice que controla as despesas. O movimento estava previsto para ocorrer apenas em 2026. Já outra alternativa seria excluir da regra fiscal cerca de R$ 30 bilhões, em uma espécie de “licença” para arcar com os custos. “Como queremos aumentar um pouco essa camada de proteção aos mais frágeis, nós pediríamos que isso viesse um como um waiver [renúncia]para atenuar o impacto socioeconômico da pandemia. Estamos ainda finalizando se conseguimos compatibilizar isso”, afirmou. O ministro, no entanto, ressaltou que a decisão será feita pela ala política do governo.