Economia
Salário mínimo pode ir a R$ 1.210 após governo aumentar a expectativa para a inflação
Elevação da projeção do INPC para 10,04% aumenta a margem dos gastos obrigatórios da União
Nesta quarta-feira, (17) o governo federal alterou, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para alta de 10,04% em 2021, segundo dados publicados no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE).
Este indicador é utilizado como referência ao pagamento de benefícios, como o salário mínimo e as pensões do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Se o cálculo for mantido, o piso salarial em 2022 deverá ser reajustado para R$ 1.210,44, acima do valor proposto pela União no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) encaminhada ao Congresso no fim de agosto.
Antes, o governo federal estimava alta de 6,2% do INPC, o que elevaria o salário mínimo para R$ 1.169 — sem ganho real, ou seja, reajustado apenas pela variação da inflação. Atualmente, o piso salarial é de R$ 1.100.
Se for confirmado, será o terceiro ano consecutivo que o aumento do salário mínimo é limitado apenas ao reajuste inflacionário. A mudança deve trazer ainda mais pressão ao teto de gastos em meio ao aumento das despesas para o ano que vem. O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida afirmou: “Continuamos a respeitar e manter o teto de gastos como peça chave para o processo de consolidação fiscal”.
O Ministério da Economia revisou para baixo a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e aumentou a estimativa para a inflação em 2021 e 2022. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, o Ministério da Economia projeta avanço 9,7% em 2021.