Economia

Chances de encontrar "barganhas" na Black Friday deste ano se reduz por causa da inflação acumulada

Ofertas devem registrar primeira queda real de vendas desde 2016, diz CNC

Por Redação com Ipea 22/11/2021 14h02 - Atualizado em 22/11/2021 16h04
Chances de encontrar 'barganhas' na Black Friday deste ano se reduz por causa da inflação acumulada
Imagem ilustrativa - Foto: Reprodução

A megapromoção, marcada para a sexta-feira (26), deve movimentar cerca de R$ 3,93 bilhões. Em relação ao ano passado, as vendas da Black Friday de 2021 devem avançar 3,8%. Porém, se for descontada a inflação acumulada em 12 meses, que chegou a 10,67% pelo índice oficial, o IPCA, a receita do varejo com a data deve encolher 6,5% ante 2020.

Com a grande falta de matéria prima as chances de o consumidor encontrar barganhas no evento deste ano deverão ser menores.

Para analisar o potencial de descontos efetivos na data,o IPCA coletou diariamente mais de 2 mil preços no varejo agrupados em 34 linhas de produtos durante 40 dias até 16 de novembro e comparou a cotação mínima encontrada. Constatou que 26% dos itens revelaram tendências de redução de preços no período, uma fatia bem menor do que a registrada na mesma pesquisa feita no ano passado: 46%.

O economista-chefe da entidade e responsável pelo estudo, Fábio Bentes, lembra que a taxa da inflação acumulada em 12 meses naquele período era de 3,9%, bem distante da atual. Ele observa que um determinado produto que apresenta altas expressivas, na faixa de 10%, no preço mínimo durante as semanas que antecedem a Black Friday tende a apresentar um baixo potencial de ser vendido com desconto efetivo na mega promoção. Entre os produtos com maiores chances de descontos reais neste ano estãoheadset (fones com microfone), perfume feminino, hidratante, protetor solar e bronzeador e caixa de som bluetooth.

A Black Friday brasileira, que começou em 2010 no varejo online e depois foi adotada pelas lojas físicas, ganha cada vez mais a adesão do varejo. Neste ano, mais da metade do faturamento deve ficar concentrada nos segmentos de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com vendas somadas nesses setores de mais de R$ 2 bilhões, segundo a CNC.