Economia
Petrobras afirma que suspensão de reajuste já anunciado traria "desabastecimento" e "caos"
Após ser intimada pela justiça, empresa reforça que a política de preços dos combustíveis é feita em equilíbrio com os mercados globais e essa é uma condição fundamental para o funcionamento adequado do setor
A estatal protocolou nesta terça-feira (15) resposta no processo movido pelo Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas e outros representantes da categoria na semana passada. Segundo informações repassadas pela Petrobras, caso existisse a suspensão do reajuste, poderia haver um "desabastecimento", levando ao "caos" no País.
Na manifestação apresentada nesta quarta-feira (16), a Petrobras reforça que a política de preços dos combustíveis é feita em equilíbrio com os mercados globais e essa é uma condição fundamental para o funcionamento adequado do setor. "Caso os agentes de mercado -- não só a Petrobras - sejam forçados a adotarem preços defasados, a consequência será o desabastecimento nacional", afirma.
A empresa diz ainda que os autores da ação pretendem fazer uso "político" e de resposta a uma categoria específica com o processo, e que acolher a liminar pedida traz riscos, uma vez que o aumento já está em vigor."
A Petrobras não é a única a atuar no mercado de refino no Brasil. Assim, a medida liminar, nos moldes em que pleiteada, gerará um ´preço Petrobras´ e um preço diferente nas demais refinarias, o que ocasionaria um caos sem precedentes no mercado, em razão do preço judicialmente congelado", completa.
Em sua resposta, a Petrobras lembra ainda que outras commodities (produtos básicos, como petróleo e minério de ferro) também apresentaram aumento de preços em decorrência do conflito no leste europeu. A estatal ressalta que o preço dos combustíveis ao consumidor final reflete não só o valor pago nas refinarias, mas também fatores como tributos estaduais e federais e margens de distribuição e revenda.
"A quantia paga pelo consumidor final não é a quantia que a Petrobras recebe. Do mesmo modo, a quantia paga pelo consumidor final não é o resultado das políticas de preços seguidas pela Petrobras, mas também da composição de diversas parcelas aplicadas por outros agentes".
Para ilustrar, a empresa afirma que quando um consumidor abastece seu veículo num posto e paga R$200, a Petrobras recebe, em média, cerca de R$ 71 (35,5%). "O restante refere-se aos tributos, etanol anidro e margens de distribuição e revenda".
*Com informações do Estadão