Economia
Em fevereiro, consumo das famílias teve o melhor desempenho dos últimos 22 meses
A pesquisa sobre a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), demonstra que o indicador vem, em Maceió, tendo um crescimento contínuo desde setembro do ano passado e, no último mês de fevereiro, registrou 105,6 pontos; maior pontuação dos últimos 22 meses e 17,85% acima de quando iniciou a rota de ascensão.
Quando comparado a fevereiro de 2021, o indicador cresceu 14,4%, apontando um cenário mais propício ao consumo do que o visto há um ano. “Estamos vendo um movimento gradativo da volta à normalidade. Se há um ano ainda sofríamos mais diretamente os impactos da pandemia na economia, atualmente vemos um cenário mais otimista, com mais empregos sendo gerados, o que repercute na intenção de consumo”, explica Victor Hortencio, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
A explicação do economista reforça o fato de que o ICF mensura o grau de satisfação em termos de emprego, renda e capacidade de consumo e quando se situa acima de 100 pontos, enquadra-se no nível de otimismo. “Numa análise mês a mês, os dados mais recentes mostram que todos tiveram variação positivas, o que significa uma continuidade da perspectiva otimista para o consumo na capital alagoana”, complementa.
O subíndice emprego atual obteve um aumento de 1,7%, resultado provavelmente explicado pelo saldo de empregabilidade positivo visto em janeiro de 2022 em Maceió, com mais de 6.752 admissões e saldo de empregabilidade positivo em 439 empregos, de acordo com o Caged. Esse dado também justifica a moderada variação do subíndice perspectiva profissional, que foi de 6,8%. Juntos, esses subíndices demostram uma relativa segurança quanto ao emprego atual. Já a renda atual demonstra estabilidade, sendo o subíndice com menor variação mensal (0,3%). No contexto geral, 43,6% das famílias afirmam que a renda se igual ao do ano passado.
Os subíndices acesso ao crédito e momentos para duráveis apontaram as maiores variações na passagem de janeiro para fevereiro, respectivamente 4,7% e 11,4%. E embora nenhum dos dois subíndices tenha atingido o patamar acima de 100 pontos, a alta mensal significa um movimento de recuperação para esses quadrantes, os quais foram os mais afetados em meses anteriores.
Apesar de um cenário mais positivo, 52,4% das famílias acham que agora é um mau momento para a aquisição de duráveis e 45,5% acreditam que o acesso ao crédito está igual ao do ano passado.
O subíndice que mede a perspectiva de consumo das famílias aumentou 5,4%, obtendo a terceira maior variação quando comparado ao mês de janeiro. “Isso pode ser analisado tendo em vista o comportamento dos consumidores que se mostram confiantes, talvez, pela volta à normalidade das atividades comerciais pelos próximos meses, dado o avanço da vacinação, que alcançou mais de 75% da população de Maceió, de acordo com os dados da prefeitura”, ressalta Victor.