Economia

Conalgo contradiz presidente e afirma que zerar tributos de gasolina não é 'boa política'

Tal discurso surgiu, após Jair Bolsonaro defender a redução de tributos sobre a gasolina, anunciado pela empresa Petrobras em março

Por Redação 23/03/2022 10h10
Conalgo contradiz presidente e afirma que zerar tributos de gasolina não é 'boa política'
Foto: F.de São Paulo - Foto: Reprodução

Em meio à pressão da ala política que o governo vem enfrentado por medidas adicionais para conter o preço dos combustíveis, o secretário especial de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse na última terça-feira (22), em uma entrevista coletiva, que desonerar tributos federais sobre gasolina "não é uma boa política", dado que beneficiaria também famílias de classe média alta que usam carro particular para se locomover.

Tal discurso surgiu, após o presidente Jair Bolsonaro defender a redução de tributos sobre a gasolina, anunciado pela empresa Petrobras em março.

Colnago admitiu que há pressão para reduzir, também, tributos sobre a gasolina, mas acrescentou que, em sua visão, ainda não é o caso de levar adiante essa medida.

"Nós entendemos que [a eventual redução de tributos da gasolina] não é uma boa política porque você está atendendo uma população classe média alta. Se eu tiver que olhar as contas fiscais, eu deveria olhar para aquilo que mais precisa". "As coisas podem evoluir nesse sentido, podem, mas entendemos que ainda não estamos nessa situação", afirmou o secretário.

Ainda, segundo Colnago, ao reduzir a tributação sobre diesel, o governo está atendendo aos setores de transporte urbano, envolvendo navios, caminhões, e também a população, o que gera "externalidades positivas", ou seja, benefícios sociais.

"Entendemos que podem ter políticas mais adequadas, ainda não é o caso", concluiu.

Questionado quais políticas o governo estaria pensando para mitigar o efeito da alta da gasolina para a população de baixa renda, Colnago citou Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo Bolsonaro, além do auxílio gás e das redução de tributos da cesta básica, que já foram adotadas.

"A gente precisa adotar as medidas conforme na necessidade, pois tem um custo para a sociedade. É um gastos de todos nós, que pode voltar como aumento dos juros e da inflação. Tem de ser de forma parcimoniosa", concluiu. 

*Com informações do G1