Economia
Endividamento e inadimplência freiam crescimento da economia
Brasil chegou a 28,7% da famílias com contas ou dívidas em atraso em maio de 2022, o oitavo mês consecutivo de alta
Com o arrefecimento da pandemia de Covid-19, a retomada da economia trouxe uma aceleração da inflação e, com ela, inadimplência e endividamento maiores para famílias e empresas.
Os problemas, ao mesmo tempo, impedem um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB), o que resulta em um menor consumo e no adiamento dos planos de investimentos. De acordo com os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (CNC), divulgados na terça-feira,(07), 28,7% das famílias brasileiras tinham uma conta ou dívida em atraso, um crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior – foi a oitava alta consecutiva no índice de inadimplência.
Já o percentual das que estão endividadas, ou seja, que têm dívidas em atraso ou não, ficou em 77,4% em maio, abaixo dos 77,7% de abril, interrompendo três meses de altas. Mesmo com a queda, a taxa ainda é superior à de maio de 2021 (68%). A quantidade de familiares que não terão condições de pagar suas contas em atraso também caiu de 10,9%, em abril, para 10,8%, índice registrado em maio – no mesmo mês do ano passado, o índice era de 10,5%.
Com o aumento da inadimplência e o endividamento ainda em alta, apesar das ligeiras quedas, os bancos se tornam mais seletivos na hora de conceder crédito, o que também freia possíveis investimentos a serem feitos por famílias e empresas. Dessa maneira, o crescimento volta a ficar limitado, apesar do retorno da circulação de pessoas a níveis normais pelas cidades. “Famílias muito endividadas perdem a capacidade de compra porque elas ficam negativadas, perdem o acesso ao crédito, o orçamento fica comprometido, inclusive para compra de produtos essenciais.
A inflação é um dos fatores que causam o endividamento e a inadimplência por dificultar a vida de quem não tinha problemas financeiros antes da alta de preços acelerar. “As pessoas não percebem em um primeiro momento, mas elas começam a gastar um recurso que não está no orçamento mensal, começam a usar cheque especial, rotativo do cartão, e quando percebem, o problema já se instalou".