Economia
Vendedores relatam baixa procura por pescados antes da Semana Santa, em Maceió
Ao Jornal de Alagoas, vendedores do Centro Pesqueiro de Maceió diz que faltam clientes e argumentam que os preços estão mais caros desde os fornecedores
Há poucos dias da Semana Santa, tradicional festa religiosa cristã que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo e cuja tradição sugere o não consumo de carne vermelha, vendedores do Centro Pesqueiro de Maceió, localizado no bairro do Jaraguá, reclamam de uma baixa procura para compra de pescados.
Com grande variedade de produtos a venda, como Camarão Barba Roxa, Tilápia, Cavala, Dourado, Arabaiana, Polvo, Sururu, Maçunim, Filé de Siri, Cioba, Carapeba entre outros, os comerciantes acreditam que a baixa nas vendas se deem pelo aumento considerável no custo dos produtos ofertados.
"Já compramos caro, aí quando revendemos...", deixa subentendido um dos vendedores abordados pela reportagem.
Em entrevista ao Jornal de Alagoas, Ivanilda Lorenço, de 32 anos, nascida e criada no bairro do Jaraguá, filha de pescador e casada com pescador, marisqueira e vendedora do Centro Pesqueiro, afirma que mesmo com a baixa procura, espera que esse ano as vendas sejam melhores que as do ano passado.
Com produtos que variam de 35 a 90 reais, ela diz que a mercadoria mais procurada é a Carapeba. “É um dos peixes de primeira e a mais em conta", argumenta.
Para Maria Niedja, também conhecida como Nil, de 51 anos, em 2022 o consumo e posteriormente a compra foi melhor. Ela relaciona a baixa nas vendas com as dificuldades econômicas enfrentadas pela população.
"Tem muita gente que não tem dinheiro para comprar um peixe, e compra um mais barato, com isso deixamos de vender". "Estamos esperando que venham [consumidores] comprar entre quarta, quinta e até mesmo sexta", relata dona Nil.
Para dona Nil o peixe que mais está tendo saída é a Cioba, "ela é um peixe carne branca, um peixe descarregado, que idoso, criança, gente operada pode comer, e um peixe que é muito saboroso".
Já Alda Cristina, de 45 anos, também comerciante, discorda das demais vendedoras, pois segundo ela, na mesma data no ano passado, a saída estava bem melhor e completa dizendo que os preços aumentaram em 2023.
"Tão tudo caro [os pescados]. Até para a gente comprar, imagina para os fregueses. “Os fornecedores estão passando para nós mais caro, porque já estão pegando caro", continua.
A barraqueira afirma que o peixe que mais está sendo vendido é a Cioba e a Cavala em posta. Ainda segundo os relatos de Cristina, os consumidores vêm reclamando bastante sobre os preços "estarem muito caros".
Ao especular sobre o faturamento ao final da semana santa, comerciante diz que não terá muitos ganhos, pois pega os produtos parceladamente por não saber como será a venda.
"Como está tudo muito caro, muita gente está com medo de pegar muitas mercadorias e ficar devendo aos fornecedores", e continua, "eu mesmo só pego mercadoria depois que eu vendo o que eu tenho". "Espero que daqui para quinta as vendas melhorem, em nome de Jesus", finaliza.
Outra comerciante, Diane Candido, vendedora que trabalha desde pequeno com o comércio de pescados conta que as vendas poderiam ser bem melhores em comparação com o ano passado, mas que tem fé que logo irá melhorar.
Brincando, mesmo em meio a situação, Diona comenta que o queridinho até o momento em suas vendas vem sendo o Camarão Barba Azul. Com produtos que variam entre 50 e 100 reais, a comerciante informa que tem esperança que as vendas cresçam até o feriado.
*Estagiária sob supervisão