Economia

O “presentinho” da Aneel para AL: o 2º mais pobre terá a 4ª energia mais cara do Brasil

A Equatorial Alagoas tem 1,3 milhão de unidades consumidoras, com faturamento de R$ 2,43 bilhões

Por Blog do Edivaldo Júnior 26/05/2023 12h12 - Atualizado em 26/05/2023 14h02
O “presentinho” da Aneel para AL: o 2º mais pobre terá a 4ª energia mais cara do Brasil
A Aneel, que deu o reajuste atendendo pedido da Equatorial Alagoas, não se deu ao trabalho sequer de informar o valor da nova tarifa - Foto: Divulgação

Em tempos de governo Lula, a Petrobras acabou com a paridade internacional do petróleo e baixou os preços do gás de cozinha e dos combustíveis. O governo federal também está reduzindo os impostos para baratear os carros novos.

Na contramão do governo federal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acaba de dar de “presentinho” para os alagoanos um lugar mais alto no pódio das maiores tarifas de energia do Brasil.

Até este sábado (27) a tarifa comum residencial cobrada em Alagoas de R$ 0,75409 kwh é a sétima maior do Brasil. A partir do próximo domingo (28), a conta de energia terá aumento médio de 17,59%, com reajuste de 14,57% para os consumidores residenciais.

A Aneel, que deu o reajuste atendendo pedido da Equatorial Alagoas, não se deu ao trabalho sequer de informar o valor da nova tarifa. O blog fez os cálculos. Considerando o reajuste, a tarifa vai passar para R$ 0,85983.

Para entender melhor, calculamos o efeito em uma conta residencial com 189 kw em Maceió. O valor pago em abril deste ano foi de R$ 187,73 pelo consumo da energia já com impostos, mais R$ 28,22 que é cobrado em separado e vai para a prefeitura. O valor total da conta chegou a R$ 215,95. A aplicação do reajuste nesta mesma tarifa deve provocar um impacto de R$ 27, calculado a partir da elevação linear de 14,5% somente sobre o consumo. Neste caso o consumo seria de R$ 214 mais os mesmos R$ 28 da taxa de iluminação pública, totalizando R$ 242.

No bolso de 1,3 milhão de alagoanos


A Equatorial Alagoas tem 1,3 milhão de unidades consumidoras, com faturamento de R$ 2,43 bilhões. Em 2022, o reajuste teve efeito médio de 19,8%. A Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu em reunião no 2 de maio prorrogar por 15 dias as tarifas da Equatorial Alagoas. O reajuste deveria ser aplicado a partir de 3 de maio.

Durante a apresentação, o representante do conselho de consumidores da concessionária, Carlindo Lins, lembrou que apesar dos índices de qualidade estarem dentro do limite regulatório, a tarifa atualmente era a sétima mais cara do país e poderia ser a quarta com o reajuste. Outro ponto sinalizado é que o PIB per capita do estado é o 26º do país e que 41% dos consumidores residenciais é de baixa renda.

Ou seja, para a Aneel, o mais pobres devem pagar mais caro para garantir os lucros dos acionistas das distribuidoras de energia desestatizadas. Justo o contrário do que começa a ocorrer na Petrobras. Mas essa é outra história.

Em nota, a Equatorial Alagoas neste ano de 2023, o reajuste anual conduz um efeito médio nas tarifas a ser percebido pelos consumidores de 17,59%, sendo de 24,19%, em média, para os consumidores conectados na Alta Tensão (grandes clientes da indústria e comércio) e de 15,05%, em média, para os consumidores conectados na Baixa Tensão. Para os clientes residenciais, o reajuste será de 14,57%.

Confira a nota na íntegra: 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou nesta terça-feira (23/05) o Reajuste Tarifário Anual para a Equatorial Alagoas. A distribuidora atende mais de 1,3 milhão de unidades consumidoras e as novas tarifas passarão a vigorar a partir do dia 28 de maio e fazem parte de um processo conduzido e aprovado pela Aneel, que é responsável por definir e manter atualizado o valor das tarifas das concessionárias de energia elétrica em todos os estados da federação. Neste ano de 2023, o reajuste anual conduz um efeito médio nas tarifas a ser percebido pelos consumidores de 17,59%, sendo de 24,19%, em média, para os consumidores conectados na Alta Tensão (grandes clientes da indústria e comércio) e de 15,05%, em média, para os consumidores conectados na Baixa Tensão. Para os clientes residenciais, o reajuste será de 14,57%. 

Informações cedidas pela Equatorial Alagoas


O impacto para o reajuste vem de uma combinação de fatores, que refletem nos custos com a geração, a transmissão e a distribuição da energia elétrica. Com destaque para o empréstimo realizado em 2022, por todas as Distribuidoras do Brasil, para cobrir os efeitos causados pela crise da escassez hídrica ocorrida no ano de 2021. Vale ressaltar ainda que, do percentual reajustado de 17,59%, 1,22% fica com a distribuidora Equatorial Alagoas para operar e manter todo o sistema elétrico do estado e fazer os devidos investimentos necessários para melhoria da rede elétrica. Os encargos setoriais levam 4,16%, o transporte 1,44%, 3,62% vão para a compra de energia, -0,11% para receitas irrecuperáveis e 7,24% referentes a componentes financeiros.

Clientes baixa renda têm desconto

Para os clientes enquadrados como baixa renda, a Equatorial Alagoas continua aplicando o desconto na Tarifa de Energia Elétrica, que pode chegar até 65%, desde que as famílias estejam com Número de Identificação Social (NIS) atualizados e em vigor. A empresa tem realizado um trabalho frequente, em todo o estado, de cadastro de famílias assistidas pela Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). Em Alagoas, já são mais de 500 mil famílias beneficiadas pelo desconto. São esforços em todas as frentes, desde mutirões para inscrições nos municípios, até parcerias com os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para busca ativa das famílias aptas a receber o benefício. 

Assessoria de Imprensa da Equatorial Alagoas