Economia
Você paga para usar e não sabe: Pix só é grátis em alguns serviços; entenda
Transações via Pix são feitas 24 horas por dia, 7 dias por semana
Lançado em outubro de 2020, o Pix se transformou no principal meio de pagamentos do Brasil, superando cheques, cartões de débito e crédito, por exemplo.
Em junho de 2021 foram registradas 735 milhões de transferências via Pix no país, segundo Banco Central do Brasil. Em março deste ano foram 3 bilhões de operações, número que deverá ser superado em maio, cuja estatísticas ainda estão incompletas na página do BCB.
Os números do Pix impressionam. Em maio deste ano, eram registrados 149 milhões de usuários, sendo 137 milhões pessoa física (PF) e 12 milhões pessoa jurídica (PJ), além de 418 milhões de contas cadastradas – quase três em média para cada usuário.
Entre os motivos que fazem o Pix tão popular estão a velocidade e a disponibilidade:
Transações via Pix são feitas 24 horas por dia, 7 dias por semana (incluindo feriados e dias santos), ou seja, o todo dia o dia todo.
compensação para empresas e pessoas físicas terem o dinheiro em suas é imediata. Diferente de cartões de crédito, débito, cheques, TEDs ou Docs, que vão de minutos a dias, o recebimento via Pix acontece em poucos segundos.
Outro motivo, senão o mais importante, é a percepção generalizada de que as tarifas do Pix são grátis.
Pix só é grátis em alguns casos:
Na verdade, as transações com Pix já são cobradas taxas das empresas. Pela regra do BCB, o serviço é grátis apenas para contas pessoa física, MEI e empresas individuais. Mas atenção: a gratuidade é limitada a 30 operações por mês e só é garantida em operações de pessoa física para pessoa física.
A cobrança do Pix, dependendo da instituição bancária, também pode ser feita nas operações com QR Code dinâmico (considerada comercial), mesmo que o recebedor seja pessoa física ou de quem receber com QR Code de um pagador pessoa jurídica.
Veja o que diz o BCB
Segundo a resolução BCB n° 19 de 1/10/2020, para pessoas físicas, empreendedores individuais e MEIs, não existe cobrança de taxa Pix. Contudo, existe uma exceção. Esse mesmo grupo pode ser tarifado ao receber via Pix se configurada situação de compra.
Para que a cobrança possa acontecer, a pessoa física, o empreendedor individual ou o MEI têm que:
Receber mais de 30 Pix por mês, via inserção manual, chave Pix, QR Estático ou serviço de iniciação de transação de pagamento
Receber com QR Code dinâmico;
Receber com QR Code de um pagador pessoa jurídica;
Receber em conta definida em contrato como de uso exclusivo para fins comerciais.
Empresas (PJ) pagam taxa; veja quanto é hoje
Para contas pessoas jurídicas existe a incidência de uma taxa por operação, que varia normalmente de banco para banco. O empresário deve ficar atento. A taxa Pix é menor que TED ou DOC, mas em alguns casos o pagamento de boletos ou transferência conta a conta, no caso da mesma instituição, não é tarifada.
Veja quanto os grandes bancos cobram de taxa PIX
O Banco Central não definiu uma tabela, portanto o valor da tarifa Pix para empresas varia de acordo com a instituição. Veja quanto os maiores bancos tradicionais convencionais cobram de taxa PIX
Tarifa Pix cobrada para transferências (PJ):
Banco do Brasil: 0,99% do valor da transação, com tarifa mínima de R$ 1 e máxima de R$ 10.
Bradesco: 1,40% do valor por transação, sendo que o valor mínimo é de R$ 0,90 e o valor máximo é de R$ 9,00.
Itaú: 1,45% do valor da transação, com tarifa mínima de R$ 1,75 e máxima de R$ 9,60
Santander – 1% do valor da transação, com tarifa mínima de R$ 0,50 e máxima de R$ 10.
Tarifa Pix cobrada para recebimento (PJ)
Bradesco: 1,40% do valor por transação, sendo que o valor mínimo é de R$ 1,65 e o valor máximo é de R$ 145,00.
Banco do Brasil – QR Code: 0,99% do valor da transação, com tarifa máxima de R$ 140.
Itaú: até 1,45% do valor da transação, com tarifa mínima de R$ 1 e máxima de R$ 150.
Santander – QR Code estático ou dinâmico: R$ 6,54; QR Code via checkout: 1,4% do valor transação, com tarifa mínima de R$ 0,95.
Só um grande banco não cobra taxa Pix de empresas
A maioria das instituições financeiras não oferece o Pix gratuitamente para PJs. Entre as instituições tracionais apenas a Caixa não cobra nenhuma tarifa. Outros cinco bancos digitais também não cobram a tarifa: Nubank; Banco Inter; Banco Original; C6 Bank; Linker.
Em outras plataformas, é possível fazer com custo menor. O Transfeera cobra R$ 0,85 e R$ 0,30, a depender da quantidade de pagamentos, para fazer a transferências mesmo de pagamentos realizados a partir de contas em bancos tradicionais.
Fique de olho no extrato:
Para saber se a sua empresa ou você está pagando alguma taxa pelo uso do Pix, consulte o extrato da sua conta ou fale com o gerente do seu banco.
Algumas empresas que migraram seus meios de pagamentos para o Pix estão dando um passo atrás e revisando caso a caso, para evitar custos adicionais. Afinal, o Pix é cobrado para transferência.
Fique atento para Pix Saque e Pix Troco
O BB cobra tarifas para empreas (Pix Saque Saque 2,90 – Pix Troco Saque 2,90), praticamente iguais ao valor do uso do cartão no terminal de autoatendimento (R$ 3,00) a cada operação.
De acordo com o Banco Central, “o valor a ser recebido pelo estabelecimento comercial que disponibiliza Pix Saque e Pix Troco varia entre R$ 0,25 a R$ 1,00 cada transação, dependendo do acordo alcançado com a instituição que contratar para facilitar o serviço.
Quem é pessoa física pode usar o Pix Saque e/ou o Pix Troco até oito vezes durante o mês de maneira gratuita. Depois disso, é aplicada uma taxa no valor de R$ 7,50 sobre os serviços.
Para evitar surpresas é bom ficar de “olho” no extrato ou limitar suas operações até 8 vezes por mês, fazendo ressalva que são 8 vezes ao todo nos dois serviços, ou seja pode ser 4 Troco e 4 Saque, ou 7 Saque e 1 Troco. Acima disso, paga R$ 7,50 por operação.