Economia
Reajuste salarial acima da inflação supera 91%, maior nível desde 2018
O reajuste de maio ficou 1,5 ponto percentual acima do INPC acumulado. É o maior aumento real do ano, até o momento
Nove em cada dez salários (91,9%) tiveram reajuste acima da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em maio de 2023, de acordo com o boletim Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O relatório foi divulgado nesta quarta-feira (28).
Segundo o relatório, é a maior proporção da série histórica do
Salariômetro. Proporções similares foram registrada apenas em 2018. Em janeiro daquele ano, 91% dos reajustes superam o INPC. Naquela época, a inflação girava em torno de 2%. Agora está em torno de 4%, o que enfatiza o significado dos reajustes atuais, segundo o boletim.
O reajuste de maio ficou 1,5 ponto percentual acima do INPC acumulado (3,8%). É o maior aumento real do ano de 2023, até o momento. O piso mediano deste mês fiou em R$ 1.630.
Compare a distância dos reajustes em relação ao INPC, em 2023 e 2022. A queda da inflação virou o jogo.
Considerando maio, já são oito meses consecutivos em que se tem reajustes medianos acima do INPC. Neste ano, até o momento, a proporção de salários acima da inflação é 55,3% e com reajuste idêntico ao INPC, 27,2%. Já a de salários que tiveram correção abaixo do referido índice de inflação é de 17,5%.
O setor de construção civil teve o maior reajuste real mediano, de 1,67%, seguido pelos setores de agropecuária (1,17%), serviços (0,67%), indústria (0,57%) e comércio (0,07%).
O boletim também faz projeções relativas a junho. "O INPC para junho é da mesma ordem do de maio e a prévia já indica a proporção de 81,4% de reajustes acima da inflação", afirma o boletim. "Mas, depois, deverá crescer, reduzindo o tamanho do reajuste real no segundo semestre."