Economia
Com prejuízo de R$ 70 mi, Alagoas quer um sócio para a Casal: “privatizar é inviável”
A partir de 2022, o faturamento da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) ficou restrito, basicamente à venda de água tratada para três concessionárias que assumiram os blocos regionais, além da operação de outros 17 municípios do Estado.
O modelo, que surgiu como solução para tirar a companhia do vermelho, não fez bem ao caixa da Basal. No ano passado, a empresa teve prejuízo de R$ 70 milhões, ante resultado negativo de R$ 10,9 milhões em 2021.
Diante dos resultados negativos, o governo de Alagoas trabalha, em parceria com o BNDES, num programa de reestruturação da Casal. O objetivo é zerar os prejuízos. A privatização segundo a secretária de Fazenda de Alagoas, Renata dos Santos, está descartada, em função da segurança hídrica.
Em entrevista ao Valor Econômico, nessa segunda-feira (30/10), Renata confirmou a busca por um “sócio privado” para a Casal, que poderia adotar modelo societário similar ao da Algás. Atualmente, a estatal alagoana de saneamento é controlada só pelo governo do Estado.
“Privatizar ou dar controle da empresa ao privado é inviável, porque estamos em um Estado que não tem segurança hídrica. A venda total está descartada. O que vamos estudar, pode ser que ocorra e ou não, é a possibilidade de o Estado continuar como dono majoritário, mas com sócios privados”, disse Renata ao Valor.
De acordo com a secretária, o modelo que seria seguido o mesmo da companhia estadual de gás, a Algás, na qual o Estado é majoritário (58,12%) e tem sócios privados.
Veja trechos da reportagem do Valor
– O governo de Alagoas vai estudar a reestruturação da estatal de água e esgoto, a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas). Uma das possibilidades que serão estudadas é a atração de sócios privados à empresa, afirmou, ao Valor, a secretária estadual da Fazenda, Renata dos Santos.
– O BNDES, que deverá conduzir o processo, encerrou em outubro um chamamento para consultorias interessadas em fazer os estudos. O banco de fomento define o projeto como de “reestruturação e alienação, minoritária ou de controle, do capital social da empresa”, indicando que a privatização também seria estudada. No entanto, a secretária afirma que esta alternativa está fora de cogitação para o Estado.
– No caso da empresa de saneamento, o objetivo central é a reestruturação, segundo Santos. “Mas, se percebermos que é interessante alienar parte das ações, não tem problema, vamos encaminhar à Assembleia, fazer tudo o que a lei preconiza.”
– Na reestruturação, uma medida em avaliação é criar um braço voltado a irrigação para a Casal. A ideia seria que a empresa passasse a gerir o Canal Adutor do Sertão Alagoano.
Renata dos Santos (Foto: Secom Alagoas)
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